O Ministério da Previdência e Trabalho criado pelo presidente Jair Bolsonaro para abrigar seu aliado Onyx Lorenzoni (à frente na imagem) (DEM-RS), deve ser temporário. Isso porque, a pasta que até então é uma secretaria vinculada a Economia sob comando de Paulo Guedes (atrás na imagem) deve voltar para seu comando, conforme seu desejo nos bastidores. Não há previsão para o retorno, mas isso dependerá das prévias às eleições de 2022.
Onyx tem a intenção de disputar o governo gaúcho e para isso, precisará deixar o posto até abril de 2022. Técnicos da Economia acreditam que ele ficará no cargo por cerca de 8 meses. Há dois planos pós-Lorenzoni, elaborado pelo time de Guedes: ou o atual secretário de Previdência e Trabalho, Bruno Bianco, assume (também de forma temporária) ou a área retornaria para Guedes partir de abril, com o status de secretaria até o fim do governo, na esteira do enxugamento da máquina pública.
Apesar do planejamento do ministro, a pasta pode se tornar objeto de desejo e barganha de partidos políticos, e entrar numa disputa entre Guedes e o Centrão. Nesse toma lá dá cá, Lorenzoni deve herdar 85% do orçamento atual da Economia, R$ 724,8 bilhões. O Ministério do Emprego e Previdência se tornará a pasta com mais verba, e Guedes ficará com menos de R$ 100 bilhões. Apesar da jogada política, criar um ministério não é algo simples. É necessária uma estrutura mínima para funcionar, como departamentos de compras e licitações, além do arranjo para o gabinete do ministro para durar apenas 8 meses.