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Quais são as reais chances de Haddad?

Fernando Haddad não é exatamente o que se pode chamar de político carismático. Mas, até aí, a ex-presidente Dilma Rousseff também não era. E ganhou duas eleições com o aval do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O Partido do Trabalhadores quer repetir a estratégia e eleger Haddad como mandatário da Nação, mesmo com Lula preso após condenação em segunda instância. Nesta terça, ele é oficializado como candidato do PT. Mas, afinal, quais são as verdadeiras chances de Haddad?

Para chegar ao segundo turno, Haddad terá de liderar, com folga, a votação na região Nordeste. Além disso, terá de vencer em pelo menos três dos cinco maiores colégios eleitorais do país (São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia e Rio Grande do Sul).

Relembremos a eleição de Dilma. Ela teve 37 % dos votos nordestinos, chegou a 24 % dos sufrágios paulistanos e liderou as votações em Minas, Rio, Bahia e Rio Grande do Sul.

Ainda não temos a íntegra da pesquisa do Datafolha, dividida por estados. Mas pode-se dizer categoricamente que Haddad vencerá na Bahia, estado no qual o governador petista lidera as intenções de voto com um índice de 70 %.

As boas notícias para o petista, contudo, terminam por aqui. Haddad tem 13 % de intenções de voto no Nordeste. Este número não é ruim para quem iniciou a campanha há pouco. Mas quando os petistas comparam este índice com o de Ciro Gomes deveriam ficar preocupados (Ciro tem 20 % dos votos na região).

Pode-se argumentar que apenas 43 % dos eleitores de Ciro sabem que ele não é o escolhido de Lula. Mas Ciro personifica o cidadão nordestino como nenhum outro candidato, apesar de ter nascido, como Geraldo Alckmin, em Pindamonhangaba.  Haddad, do outro lado, é um perfeito paulistano. Lembra até Alckmin em alguns momentos. Será um páreo duro para o petista enfrentar o candidato do PDT em seu habitat natural, disputando um eleitor de esquerda e nordestino.

O que dizer de São Paulo, Minas, Rio e Rio Grande do Sul? Dificilmente Haddad vencerá nestas praças. Chegará em segundo? Talvez. Mas há chances concretas de que isso não ocorra. Em São Paulo, Jair Bolsonaro e Alckmin lideram as pesquisas. Em Minas, Rio e Rio Grande, os candidatos do PT ao governo estão atrás na disputa.

Por isso, Haddad tem muito o que fazer. Se ficar esperando os votos de Lula caírem sobre sua cabeça, vai bater na trave.

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