Mulher de líder do Comando Vermelho no Amazonas participou de evento custeada pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania
Luciane Barbosa Farias, esposa de um líder do Comando Vermelho no Amazonas, teve sua viagem para Brasília custeada pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania. A confirmação foi feita por Silvio Almeida, o atual responsável pelo ministério, após a participação de Luciane em um evento nacional de prevenção e combate à tortura nos dias 6 e 7 de novembro.
O Ministério esclareceu que os recursos utilizados para o pagamento provieram do orçamento destinado ao Comitê Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (CNPCT). Luciane foi indicada pelo comitê estadual do Amazonas como representante da região, justificando assim o financiamento de sua viagem.
Em nota, o Ministério ressaltou a autonomia orçamentária e administrativa dos Comitês de Prevenção e Combate à Tortura, destacando que a escolha dos representantes é feita pelos comitês estaduais. Além disso, afirmou que nem o ministro Silvio Almeida, nem a secretária, nem qualquer membro do gabinete ministerial teve contato com Luciane.
A participação de Luciane Barbosa Farias no evento foi compartilhada por ela mesma em suas redes sociais, onde aparece ao lado da presidente do Comitê Estadual de Prevenção e Combate à Tortura do Estado do Amazonas, Natividade Maia.
Cabe destacar que Luciane é conhecida como a Dama do Tráfico Amazonense e é casada com Clemilson dos Santos, também conhecido como Tio Patinhas, um ex-líder da facção que cumpre pena.
A viagem financiada pelo Ministério veio à tona depois que Luciane se encontrou com autoridades do Ministério da Justiça e Segurança Pública, gerando controvérsias e alegações de seu envolvimento com o Comando Vermelho, acusações que ela nega.
Luciane afirmou aos jornais que a juíza não pediu seu recolhimento e que, portanto, ela tinha o direito de ir e vir como cidadã brasileira. Sobre a reunião com o secretário de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça, Elias Vaz, Luciane explicou que entregou um dossiê sobre as condições do sistema prisional no Amazonas, não abordando especificamente o caso do marido, preso desde dezembro de 2022. Clemilson foi condenado a 31 anos e 7 meses de prisão em outubro deste ano por associação ao tráfico de drogas, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Ele era considerado um dos criminosos mais procurados do Amazonas antes de sua captura.
O que MONEY REPORT publicou