Laerte Silva de Lima e sua esposa, considerados ‘braços armados’ da milícia de Rio das Pedras monitoravam Marielle Franco por ordem de Ronnie Lessa
Em depoimento à Polícia Federal, o ex-policial militar Ronnie Lessa, revelou detalhes cruciais sobre a infiltração de um miliciano no Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) com a missão específica de monitorar os passos da então vereadora Marielle Franco. Esse miliciano é Laerte Silva de Lima, que, juntamente com sua esposa Erileide Barbosa da Rocha, ingressou no partido em 2016 a mando de Domingos e Chiquinho Brazão, figuras ligadas à milícia de Rio das Pedras, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Considerados como “braços armados” dessa milícia, Laerte e sua esposa receberam a tarefa de vigiar Marielle e fornecer informações que pudessem ser úteis para a execução do crime. Lessa sugeriu que Laerte pode ter “enfeitado o pavão”, ou seja, exagerado ou inventado informações para impressionar os Brazão, o que poderia ter levado os irmãos a subestimar as ações políticas da vereadora.vcq
A infiltração de Laerte e sua esposa no PSOL tinha como objetivo não apenas vigiar Marielle, mas também monitorar eventuais ameaças aos interesses da milícia por parte de parlamentares do partido. Apesar das pesquisas realizadas, nenhum plano concreto havia sido elaborado até o momento em que Marielle se opôs aos interesses da milícia, o que teria provocado uma reação negativa por parte dos infiltrados e dos mandantes.
O envolvimento de Laerte com a milícia não era novo. Ele já havia sido preso em 2019 no âmbito da Operação Intocáveis, que investigava a milícia de Rio das Pedras. Em 2020, após descobrir-se sua ligação com a milícia, ele e sua esposa foram expulsos do PSOL, seguindo os trâmites normais do estatuto do partido.
Além de Laerte, outras figuras ligadas à milícia estavam envolvidas no monitoramento de Marielle, como Ronald Paulo Alves Pereira, conhecido como Major Ronald, que passou informações sobre os movimentos da vereadora. As investigações da Polícia Federal revelaram que Ronald esteve em locais próximos ao da vereadora pouco antes de seu assassinato, o que levanta suspeitas sobre sua participação no crime.
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