Dom Phillips, colaborador do The Guardin, e o indigenista Bruno Pereira percorriam o Vale do Javari (AM)
O jornalista britânico Dom Phillips, correspondente do jornal britânico The Guardian, e o indigenista Bruno Araújo Pereira, da Fundação Nacional do Índio (Funai), estão desaparecidos desde a manhã deste domingo (5), no Vale do Javari, no oeste do Amazonas (AM). Em nota divulgada (embaixo), a entidade afirma que eles desapareceram no trajeto entre a comunidade Ribeirinha São Rafael e a cidade de Atalaia do Norte. O caso foi objeto de uma reportagem do jornal britânico.
Phillips é um veterano na cobertura internacional. Ele já foi colaborador dos jornais The Washington Post, The New York Times e Financial Times e vive no Brasil há aproximadamente 15 anos. Ele também está trabalhando em um livro sobre meio ambiente com apoio da Fundação Alicia Patterson. “Amazônia sua linda”, escreveu o jornalista na semana passada no Instagram, ao postar um vídeo onde estava em um barco na região.
Já Pereira é um “experiente e profundo conhecedor da região, pois foi coordenador regional da Funai m Atalaia do Norte por anos”. Ambos fazem expedições juntos na região desde 2018.
Em uma rede social, Jonathan Watts, editor do The Guardian, disse que o jornal está preocupado e procurando informações sobre o colaborador. “Estamos em contato com a embaixada britânica no Brasil e autoridades locais e nacionais para tentar apurar os fatos o mais rápido possível”, escreveu.
Sumiço
“Os dois se deslocaram com o objetivo de visitar a equipe de vigilância indígena que se encontra próxima a localidade chamada Lago do Jaburu, para que o jornalista fizesse algumas entrevistas com os indígenas”, informou em nota a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja).
Bruno vinha sendo alvo de ameaças de morte de garimpeiros, madeireiros e pescadores, que invadiam o território. Após constatar o sumiço, a Univaja acionou a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e o Exército para auxiliar nas buscas. Por enquanto, não há informações sobre o paradeiro deles.
A associação dos correspondentes estrangeiros cobra do governo brasileiro uma busca imediata. A ONG Human Rights Watch divulgou uma nota: “É extremamente importante que as autoridades brasileiras dediquem todos os recursos disponíveis e necessários para a realização imediata das buscas, a fim de garantir, o quanto antes, a segurança dos dois”.