Os presidenciáveis Joaquim Barbosa (PSB) e Jair Bolsonaro (PSL) têm pelo menos duas coisas em comum: ambos têm pavio curto e não se incomodam em disparar frases ríspidas contra interlocutores. Os alvos preferenciais são colegas de profissão (do STF e Congresso, respectivamente), jornalistas ou qualquer um que desperte a fúria que há dentro deles. Mas, afinal, quem é mais violento nos ataques? MONEY REPORT fez um apanhado dos rompantes de cólera dos dois candidatos. Conclusão: no quesito agressividade, os dois estão rigorosamente empatados. Barbosa leva vantagem no estilo. Seus xingamentos são elegantes, enquanto Bolsonaro vai mais no popular.

Joaquim Barbosa

“Os dados estão no meu voto, se Vossa Excelência não leu, problema seu”
(Em resposta ao ministro Ricardo Lewandowski, em 2012)

“Eu sorrio quando assim desejar”
(Em resposta ao ministro Marco Aurélio Mello, em 2012)

“Detesto repetição de procedimentos e perda de tempo”
(Durante sessão do julgamento do mensalão, em 2013)

“Eu não preciso do seu elogio”
(Em resposta ao ministro Luís Roberto Barroso, em 2014)

“Me deixa em paz, rapaz. Me deixa em paz. Vá chafurdar no lixo como você faz sempre. […] Palhaço”
(Após ser abordado por repórter do jornal O Estado de S. Paulo, em 2014)

“Vossa Excelência está destruindo a Justiça desse país. Vossa Excelência não está na rua, Vossa Excelência está na mídia, destruindo a credibilidade do judiciário brasileiro. Vossa Excelência quando se dirige a mim não está falando com os seus capangas do Mato Grosso”
(Em resposta ao ministro Gilmar Mendes, em 2012)

“O senhor abaixe a voz que o senhor está na presidência do Supremo Tribunal Federal […] Então só me dirija a palavra quando eu lhe pedir, tá certo?”
(Em resposta a Ivanir César Ireno, então vice-presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), em 2013)

Jair Bolsonaro

“Você é uma idiota. Você aprendeu onde isso aí? Tô falando que tá no Diário do Congresso, como é que eu tô mentindo? Contra as mentiras, você quer forçar a barra. Você é uma analfabeta! Não atrapalhe seus colegas”
(Em resposta a uma jornalista da RedeTV, em 2017)

“Você queima a rosca?”
(Em resposta no Twitter a um jornalista que o criticou, em 2017)

“Eu tenho obrigação? É CPI agora? Pergunta ao vivo que eu te respondo. Eu tô gravando agora, para vocês pinçar [sic] o que interessa… eu sei a serviço de quem vocês estão, vocês estão a serviço de me desestabilizar”
(Quando questionado por não responder a respeito de seu patrimônio, em 2018)

“Como eu estava solteiro naquela época, esse dinheiro de auxílio-moradia eu usava pra comer gente, tá satisfeita agora ou não?
(Quando questionado sobre o uso do auxílio-moradia, em 2018)

“Sou preconceituoso, com muito orgulho”
(Em entrevista, em 2011)

“Jamais iria estuprar você, porque você não merece (…) Vagabunda”
(Para a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), em 2014)

“Sou capitão do Exército, minha missão é matar”
(Em palestra em Porto Alegre, em 2017)