Com este novo passo da PF, os mandantes do assassinato da vereadora e seu motorista estariam mais perto da prisão
Em uma rápida coletiva de imprensa, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, anunciou, no final da tarde desta terça-feira (19), que foi homologada a delação premiada do assassino da vereadora carioca Marielle Franco (Psol) e seu motorista, Anderson Gomes, ocorrido em 14 de março de 2018. O ex-policial militar do Rio de Janeiro e matador contratado Ronnie Lessa teria contado o que lhe foi conveniente para aliviar a pena, já que ele está preso e deve ir a júri. Além de Lessa, há outros três envolvidos presos. Um deles, o motorista do carro usado no crime, Élcio de Queiroz, delatou Lessa.
Com a colaboração do atirador, as autoridades estariam mais perto de determinar quem foram os planejadores e mandantes do crime. A homologação foi entregue ao relator do caso, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. As informações dadas por Lessa à Polícia Federal (PF) deverão ser confrontadas com provas a fim de levar outros envolvidos à Justiça. Ele teria relevado que participou de reuniões anteriores e posteriores ao crime com os mandantes.
O anúncio de um acordo de delação por parte de um ministro, foi uma surpresa, ainda mais se considerado que os envolvidos não foram revelados, porém a expectativa é que o caso avance com mais rapidez. “Nós sabemos que essa colaboração premiada, que é um meio de obtenção de provas, traz elementos importantíssimos, que nos levam a crer que brevemente nós teremos a solução do assassinato da vereadora Marielle Franco. O processo segue em segredo de justiça, como todos sabem”, afirmou Lewandowski, em pronunciamento à imprensa, após ter recebido um comunicado oficial de Moraes sobre a homologação da delação.
A transferência ao STF indica o envolvimento de parlamentares federais do estado do Rio de Janeiro. Os investigadores têm certeza do envolvimento de milicianos, figura públicas e empresários, no que pode ser considerado um crime político. Marielle era uma denunciante contumaz da ação das milícias nas comunidades pobres da cidade do Rio.
O nome do conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE), Domingos Brazão, teria sido citado por Lessa, mas depois a PF negou. Porém tudo indica que há gente mais graúda envolvida
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