O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, defendeu nesta terça-feira (13) o argumento da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, de que a criação de gado no Pantanal é uma forma eficaz de diminuir as queimadas na região. Em audiência virtual realizada pelo Senado, Salles afirmou que, ao se alimentarem, os animais ajudam a reduzir o estoque de matéria orgânica disponível no solo, eliminando parte do material capaz de potencializar eventuais focos de incêndio durante a época da seca. “Ouvimos de várias fontes diferentes a necessidade de termos um reconhecimento do papel da criação de gado no Pantanal, uma vez que ele também contribui para diminuir o que há de matéria orgânica”, destacou Salles. O ministro argumentou que a proporção que os incêndios florestais ganharam este ano, no Pantanal e em outros biomas, se deve a uma soma de fatores, como o volume reduzido de chuvas prévias, as temperaturas elevadas e o clima seco. Ao tratar especificamente do Pantanal, Salles criticou a proibição do uso do fogo controlado (chamado de “fogo frio”) para fazer a ‘limpeza’ das propriedades agrícolas e, assim, tentar impedir que os incêndios se propaguem. “Foram criadas áreas onde não há pecuária, nem o manejo do fogo frio. Com isso, o volume de massa orgânica aumenta inexoravelmente. E quando ela queima, o volume de fogo é de grandes proporções, conforme estamos vendo este ano”, disse.