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Sem querer, a imprensa vai colocar Bolsonaro no segundo turno

Não é segredo que boa parte da imprensa tem ojeriza ao deputado Jair Bolsonaro. Cada entrevista deixa mais nítida a oposição – que é legítima, ressalte-se. Há pouco tempo, um jornalista fez perguntas numa mesa redonda com a cara feia e a voz grossa de um delegado interrogando um marginal; outro tentou constranger o deputado com o tom de voz de uma professora do primário, como se Bolsonaro fosse uma criança malcriada; ontem, William Bonner foi além: cada questionamento deixava claro que a verdade e o pensamento correto estavam com ele – e Bolsonaro que se explicasse por ser uma pessoa tão malvada.

Não é objetivo desse texto defender as ideias de Bolsonaro. O representante dessa nova direita brasileira demonstra cada vez mais ter menos condições de assumir um posto tão importante num momento tão decisivo da história brasileira. Bolsonaro cresce com o medo, que também é legítimo, de muitos eleitores: medo da insegurança nas cidades, medo do PT ser eleito e medo desse novo mundo do século 21, em que um casal gay tem tanto direito de casar e expressar afeto em público como um casal heterossexual, religioso e de meia idade. Bolsonaro é como um líder que por acaso que se viu alçado a uma posição que ele não tem capacidade de sustentar. Daí suas tentativas canhestras de explicar as declarações infelizes no passado e esse “casamento” com o ultraliberal Paulo Guedes.

O ponto aqui é que, quando tentam acuar Bolsonaro, os jornalistas estão apenas reforçando a convicção dos eleitores de que ele é a “saída moral” para o país: cada questionamento simplório, cada cara feia direcionada e tentativa vã de debater com Bolsonaro – enfim, cada tentativa dos jornalistas de  “mitar” para cima do entrevistado – é vista pela horda conservadora como uma injustiça contra o deputado. Resultado: o engajamento se acirra. E por isso vemos as defesas tão contundentes nas redes sociais.

A imprensa brasileira trata Bolsonaro de forma parecida como a grande mídia americana tratou Donald Trump: um excêntrico radical que não deveria ser levado a sério intelectualmente – muito menos eleitoralmente. Enquanto Nova York torcia o nariz, “the real America” vibrava quando o republicano prometia devolver os empregos para a classe média – empregos que foram perdidos para países pobres da Ásia como resultado do processo de globalização. Ao contrário do que parece, na economia digital do século 21 nem todo mundo sabe programar nem pensa em criar um aplicativo ou trabalhar no Vale do Silício. Deu no que deu: Trump foi eleito, para o desgosto do New York Times. Da mesma forma, para fora da Vila Madalena e do Leblon, a pauta progressista (respeito às minorias, descriminalização do aborto e das drogas) não é vista como prioridade pelos brasileiros – tenham ou não razão.

De modo ingênuo, a imprensa brasileira está atuando para, no mínimo, colocar Bolsonaro no segundo turno. E, se o candidato do outro lado for do PT, será um cenário catastrófico do ponto de vista moral para os brasileiros que aliam uma rara qualidade: são ponderados e mantêm o bom senso. Entre um desvairado que prega o desrespeito às minorias e o armamento da população de um lado, e um representante de um partido que assaltou os cofres públicos e jogou o país na pior crise de sua história, para onde correrão os brasileiros?

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Comentários

Respostas de 10

  1. Nunca cobraram instrução do Lula quando ele venceu. O Lula tem frases tão pesadas quanto o Bolsonaro como: -Onde estão as mulheres de grelo duro? -Pelotas e exportadora de viado. Entre outras. Lula está preso condenado por corrupção e mesmo assim aparece líder em algumas pesquisas. Por isso voto no Bolsonaro. Se cobrassem a perfeição dos outros candidatos, que cobram do Bolsonaro, não teríamos em quem votar. 🙂

  2. Segundo às pesquisas, ele já lidera desde o início, então já se encontra no segundo turno. E desses outros candidatos. Qual é o melhor para o país? São todos candidatos de eleições anteriores. O outro sem estudo, afundou o país é está preso. Então já que vcs se acham os donos da razão, indicam um candidato salvador da pátria, é que não esteja involvido em cor
    rupção.

  3. Realmente, o anseio de deixar Bolsonaro nas cordas, e a quase certeza de que isso seria mto fácil (afinal eles são o JN, “senhores da verdade”), teve esse efeito de fazer os apresentadores do JN se portarem como bobos mesmo. E contra o Bolsonaro, um bobo da Corte. É uma vergonha, pq como é mencionado na matéria, o JN preferiu desviar de perguntas relacionadas a pautas importantes pra tentar fazer o candidato ficar com o rabo entre as pernas, sem sucesso. O cúmulo foi o Bonner ficar naquela “se o ministro sair, vc é bobo; se ele ficar querendo sair e vc não deixar, vc tb é bobo”. É duro admitir isso, mas do ponto de vista de marketing, o bobo se saiu bem e deu balão. Tem outro fator tb, dá a impressão que os apresentadores ainda não encontraram a fórmula, achando que só metendo o pitbull iriam passar como representantes da nação, e não deixando os entrevistados falarem. Não vai acontecer se continuar desse jeito. Realmente, quem só liga pro Marketing, não estuda História, e não busca se inteirar de Política, depois do JN talvez tenha tido mais certeza da qualidade do candidato que tanto gostam.

  4. Você tem razão. Infelizmente o brasileiro gosta de eleger figuras assim como fizemos em 2002 com o Lula. Ninguém quer saber qtos anos o Bolsonaro ficou em carreira política sem servir devidamente, sem atuar e sem entregar algo de valor pra sociedade. Como seus parentes diretos tiveram crescimento exponencial de riqueza. Isso dane-se. O povo quer “mitos” e salvadores e gosta de ouvir o que o Bolsonaro tem a dizer, pois é consoante com o que o povo mais quer hoje. Vamos cair novamente no canto da sereia.
    Digo tudo isso apenas pra confirmar que no segundo turno, caso reste o que temos de esquerda (PT, PSDB etc) tbem votarei com o Bolsonaro, apenas confirmando seu raciocínio.

  5. Infelizmente você tem razão. É lamentável o país ter que escolher entre um partido de corruptos ou um maluco ultra direita. Continuaremos um país pobre nas próximas décadas!

  6. Brasileiros PATRIOTAS, NACIONALISTAS e amantes da PAZ para o povo que QUER PAZ, como eu, VOTARÃO SIM no BOLSONARO pq ele representa e vive os nossos anseios de LIBERDADE. Vcs da imprensa eh q são DESVAIRADOS e ridículos se opondo ao clamor popular. Vcs q denigrem a imagem do Bolsonaro, só ganham da população o nojo e descrédito cada vez mais. PSL 17

  7. Chega de esquerda! Está na hora de uma mudança de verdade, Bolsonaro pode não ser perfeito ( como qualquer ser humano ) mas é nossa única opção pra escapar da ameaça comunista!

  8. Oras,Bolsonaro não foi o único a vestir saias justas. Ciro e Marina tb foram apertados. Parece-me que tem sido uma tendência qto às perguntas formuladas por Bonner e Renata. Não vejo com esses olhos segundo o ponto de vista do cronista.

    Outra coisa que discordo é querer comparar Donald Trump e Bolsonaro. Isso é um despropósito. Qto ao nível intelectual, chega a ser uma afronta a Trump tal comparação.

    E, finalmente, esse efeito Trump não ocorrerá aqui por motivos obvios. “Os russos comunistas” que “interferiram” nas eleições dos USA, jamais fariam o “mesmo” com o , então, candidato da extrema direita, Bolsonaro o qual não consegue nem pronunciar a palavra “comunista” sem ter um taquicardia.rsrs

  9. Eu como Professor, Historiador, jamais imaginei, votar em alguém da direita, inclusive votei no Lula na primeira eleição, onde se tornou Presidente, até acho que fez um bom primeiro governo, o segundo foi um desastre ou o início do desastre.Mas eu tenho três filhos, no ritmo que o “brazil” vai, temo pelo pior para os meus filhos, deste modo vou votar no Bolsonaro,quero uma mudança radical na condução do Brasil, torci para a esquerda, mas a decepção foi muito grande. Se eu estiver errado na próxima eleição 2022 darei a mão a palmatória e novamente mudarei meu Azimute,quando esterno minha posição no local de trabalho, sou execrado, mas será 17.

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