A agenda desta semana da CPI da Pandemia tem como destaques os depoimentos do ex-ministro da Cidadania e deputado federal Osmar Terra (MDB-RS) e do assessor internacional da Presidência da República Filipe Martins. De acordo com senadores que pediram as oitivas, os dois são suspeitos de integrar um gabinete paralelo, grupo extraoficial que aconselharia o presidente Jair Bolsonaro nas ações de enfrentamento à crise sanitária, contrariando as posições do Ministério da Saúde. O depoimento de Terra (foto) está previsto para terça-feira (22) e o de Martins, para quinta-feira (24).
Os parlamentares aprovaram inicialmente a convocação do deputado federal Osmar Terra, que foi convertida em convite após pedido do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). A mudança permite que ele decida por não comparecer ou deixar a sessão a qualquer momento. A ida do deputado à comissão tem como principal motivo um vídeo divulgado na mídia que mostra uma reunião entre defensores do chamado tratamento precoce com medicamentos ineficazes e o presidente Jair Bolsonaro. Segundo os senadores, as imagens apontam que Terra seria o mentor intelectual do grupo.
Já Filipe Martins, além da atuação no suposto gabinete paralelo, terá que explicar sua participação em uma reunião com representantes da farmacêutica Pfizer e se teve influência no processo de compra de vacinas pelo governo brasileiro. A revelação foi feita anteriormente pelo gerente-geral da Pfizer para a América Latina, Carlos Murillo, em depoimento à CPI. O vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente, também fez uma breve passagem no encontro.