Eles foram aprovados pelo plenário após passarem por sabatina da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE)
O economista Gabriel Galípolo (à direita), e o auditor-chefe do Banco Central (BC), Ailton Aquino, foram aprovados para assumirem diretorias da instituição com mandatos para os próximos quatro anos. O plenário da câmara alta votou por ambos no final da tarde desta terça-feira (4). Antes, eles passaram por sabatinas dos senadores da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). Eles assumirão suas funções cargos em uma data a ser definida.
Gabriel Galípolo recebeu 39 votos a favor e 12 contra, com uma abstenção. Ele exercerá o cargo de diretor de Política Monetária. Houve uma abstenção foi indicado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para assumir a Diretoria de Política Monetária do BC; Ailton Aquino, que será o novo diretor de Fiscalização do órgão, recebeu 42 votos, com 10 contra e uma abstenção.
Com uma lei sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro em 2021, o BC ganhou autonomia administrativa, o que garante mandatos fixos de quatro anos para seus diretores e presidente. O mandato do atual presidente da entidade, Roberto Campos Neto, se encerra no final de 2024, e Gabriel Galípolo é cogitado como possível substituto.
Desde que assumiu o cargo, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva tem enfrentado desentendimentos com Campos Neto em relação à taxa básica de juros (Selic). O governo pressiona por uma redução na taxa, a fim de estimular o crescimento econômico, enquanto o BC resiste, alertando para o risco de aumento da inflação.
Quem é Ailton Aquino?
Chefe do departamento de Contabilidade, Orçamento e Execução Financeira do BC, o baiano Ailton Aquino é formado ciências contábeis na Universidade do Estado da Bahia (UFBA) e entrou na fiscalização da instituição em 1998. Ele é o primeiro homem negro a ocupar cargo de diretor no banco. Possui pós-graduações nas áreas de engenharia econômica de negócios, direito e contabilidade internacional. Ailton é natural de Jequié, no sudoeste da Bahia.
Quem é Gabriel Galípolo?
Formando em ciências econômicas e mestre em economia política pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Galípolo saiu do cargo de secretário executivo do Ministério da Fazenda após ser indicado pelo governo para assumir uma diretoria no BC. Pesquisador sênior do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI), também esteve à frente do banco durante os estudos para o processo de privatização da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) do Rio de Janeiro.
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