Ele já havia sido preso após os atos antidemocráticos violentos em Brasília em dezembro de 2022
José Acácio Serere Xavante, conhecido como Serere Xavante, foi preso no domingo (22) na fronteira entre Brasil e Argentina, acusado de descumprir medidas cautelares estabelecidas pela Justiça. A prisão foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e a decisão corre sob sigilo judicial.
Serere, que lidera a Terra Indígena Parabubure (MT) e é ativista político, já havia sido detido em 2022 por ameaças a ministros do STF, invasão de um aeroporto e incitação de atos armados contra a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Após ser liberado em setembro de 2023 sob a condição de usar tornozeleira eletrônica, ele teria violado as medidas impostas e fugido para a Argentina, onde buscou asilo político.
Figura controversa, o cacique ganhou destaque por seu apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em 2020, candidatou-se à prefeitura de Campinápolis (MT) pelo partido Patriota, mas obteve apenas 689 votos. Após as eleições de 2022, ele utilizou as redes sociais para atacar ministros do STF e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), além de levantar suspeitas, sem apresentar provas, sobre a integridade do processo eleitoral.
Serere chegou a declarar que “Lula não foi eleito” e que “houve crime eleitoral”, além de ameaçar que uma guerra civil poderia ocorrer caso as eleições não fossem anuladas. Durante manifestações em dezembro de 2022, pediu publicamente que o então presidente Jair Bolsonaro não entregasse o cargo e atacou ministros do STF com insultos.