Coordenação da campanha teme que a aposta em ofender abertamente adversários tenha prejudicado o presidente

Após o presidente Jair Bolsonaro (PL) não conter sua personalidade machista no debate da Band neste domingo (28), o núcleo duro de campanha do mandatário avalia evitar novos encontros com os demais presidenciáveis. A vítima da vez foi a jornalista Vera Magalhães, que sofreu um ataque após questionar as ações do governo na pandemia e a queda geral no índice de vacinação da população. “Vera, não podia esperar outra coisa de você. Eu acho que você dorme pensando em mim, você tem alguma paixão por mim”, respondeu diretamente à jornalista, fugindo completamente das regras do debate e da boa educação.

Bolsonaro não se esforça para esconder seu jeito autêntico e ofensivo. O resultado do debate na Band, na noite de domingo 28), veio já na segunda-feira (29), com uma enxurrada de discussões e hashtags em redes sociais contra sua atitude, afastando-o do eleitorado feminino, da qual precisa de votos e usa a primeira-dama, Michelle, como cabo eleitoral. A atitude do presidente foi mais um “sincericídio”, servindo às senadoras Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke (União Brasil), que o repreenderam no ar. Nem a reação do presidente, lembrando que Thronicke foi de sua base convenceram. Nas redes sociais, jornalistas e personalidades e a população demonstraram solidariedade com Vera Magalhães.

Momentos antes do debate, Bolsonaro repetiu, em resposta aos jornalistas, que nunca obedeceu orientações de media training, nunca fugindo das polêmicas e do tom desrespeitoso. Lembrou que, em toda sua carreira, fez apenas um treinamento, na campanha de 2018, e detestou a experiência. Na avaliação da campanha é que o presidente não conseguiu angariar novos votos e até pode ter perdido alguns