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Spotify vai combater fakes após boicote de Neil Young contra Joe Rogan

Com a credibilidade abalada após o boicote do cantor Neil Young (à esquerda), a plataforma streaming musical Spotify anunciou que vai adotar medidas para combater o negacionismo vacinal e as notícias falsas sobre a covid. As medidas foram anunciadas neste domingo (30), após boa parte das obras de Young terem sido retiradas do ar a pedido do artista, que deu um últimato à empresa. Ou ele ou o podcast antivacina The Joe Rogan Experience. “Quero que vocês avisem o Spotify imediatamente hoje que quero todas as minhas músicas fora da plataforma deles… Eles podem ter Rogan ou Young. Não os dois”, declarou Young, de acordo com o Wall Street Journal.

O que MONEY REPORT publicou

A empresa o sueco Daniel Ek optou pelo sucesso de Joe Rogan ante a cobrança do veterano de Woodstock de 76 anos, o que despertou outros artistas. “Fiquem com Rogan, eu fico com Young”, declarou Sebastian Bach, que fez sucesso com a banda de hard rock Skid Row nos anos 80. Ainda que Young (6 milhões de canções ouvidas por mês) não seja um criador de sucessos, ele é carismático e influente o suficiente para fazer com que os alertas de compliance do Spotify fossem acionados – ainda que tardiamente. O temor de uma onda de retiradas de artistas é real.

Por isso, a plataforma anunciou que vai incluir alertas em todos os podcasts que mencionarem covid, direcionando usuários para informações cientificamente verificadas. É um progresso que deve ser colocado no ar nos próximos dias – também uma solução mediadora. “Estamos trabalhando para adicionar um alerta de conteúdo para qualquer episódio de podcast que inclua discussão sobre a covid-19. Este alerta direcionará os ouvintes para o nosso hub dedicado à covid-19, um recurso que dá acesso fácil a fatos orientados por dados, informação atualizada e compartilhada por cientistas, médicos, acadêmicos e autoridades de saúde pública ao redor do mundo, assim como links para fontes confiáveis”, destacou Ek em nota.

O comediante Joe Rogan comanda o podcast mais popular do Spotify, adicionado com exclusividade em dezembro de 2020, mediante um acordo que pode atingir US$ 100 milhões no longo prazo, estimou o Wall Street Journal. Com 190 milhões de downloads antes de migrar para serviço de streaming, Rogan já recebeu gente como Elon Musk e Neil DeGrasse Tyson. Só que o programa também é dado às provocações fáceis, propagando teorias da conspiração. Ele não será tirado do ar, mas ganhará o carimbo de não confiável pela empresa que que fez questão de contar com seus serviços.

Neil Young resolveu abrir essa discussão após uma ação judicial apresentada por centenas de médicos para que o Spotify impedisse Rogan de promover faks news que criariam “um problema sociológico de proporções devastadoras”. Vítima de pólio quando criança, ainda que sem desenvolver sequelas graves, o cantor folk comprou essa briga contra o obscurantismo e já colhe algum sucesso.

Mesmo sem ameaçar tirar seus conteúdos do ar, o principe Harry, do Reino Unido, e sua esposa, Megan Markle, duquesa de Sussex, também se mostraram preocupados com a desiformação no Spotify. “Nós temos expressado de forma contínua nossa preocupação para que o Spotify assegure que mudanças sejam feitas em sua plataforma para que ajude a responder a esta crise de saúde pública”, afirmaram em comunicado.

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