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Suposto golpe com criptomoeda abala Milei e Argentina

Presidente argentino enfrenta acusações de fraude após promover criptomoeda suspeita, resultando em desvalorização abrupta e pressão política

O presidente da Argentina, Javier Milei, enfrenta uma onda de processos judiciais e pressão política após a promoção da criptomoeda $Libra (nenhuma relação com a moeda britânica) em suas redes sociais. A publicação, que foi apagada pouco depois, levou à suspeita de um golpe financeiro conhecido como “rug pull”, o que resultou na desvalorização abrupta do ativo digital e prejuízos milionários para investidores.

O principal índice de ações da bolsa de Buenos Aires, S&P Merval, caia quase 6% nesta segunda-feira (17). A oposição ficou furiosa e pede o impeachment do presidente.

O que é um “rug pull”?

O termo “rug pull”, traduzido como “puxada de tapete”, refere-se a um esquema fraudulento comum no mercado de criptomoedas. Nele, os criadores de um ativo digital promovem a criptomoeda para atrair investidores, inflando artificialmente seu valor. Quando atinge um preço elevado, os desenvolvedores vendem suas participações e abandonam o projeto, deixando os demais investidores com ativos desvalorizados e grandes perdas financeiras.

A suspeita de fraude

Na sexta-feira (14), Milei fez uma publicação no X (antigo Twitter) promovendo o token $Libra, afirmando que o ativo serviria para financiar pequenos negócios e estimular a economia. A declaração levou a um aumento expressivo na compra da criptomoeda, impulsionando sua valorização. No entanto, poucas horas depois, o presidente apagou o post e declarou que desconhecia os detalhes do projeto.

O impacto foi imediato: com a retirada da postagem e a consequente perda de credibilidade, o token despencou, causando prejuízos milionários aos investidores.

Registros em blockchain analisados por especialistas indicam que a criptomoeda foi criada apenas três minutos antes da publicação de Milei. Além disso, uma única carteira digital detinha cerca de 80% dos tokens, o que levanta suspeitas de que o ativo foi manipulado desde o início. A empresa de análise Lookonchain aponta que duas carteiras associadas ao projeto movimentaram US$ 107,3 milhões em criptomoedas como USD Coin (USDC) e Solana (SOL).



Consequências políticas e judiciais

Diante do escândalo, Milei enfrenta mais de 100 processos judiciais relacionados ao caso, com advogados argumentando que o presidente teve papel central na valorização artificial da criptomoeda, o que poderia configurar fraude financeira.

O caso também gerou forte repercussão política. A oposição argentina protocolou um pedido de impeachment contra Milei, acusando-o de envolvimento em um escândalo que “envergonha o país em escala internacional”. Paralelamente, o próprio governo abriu uma investigação interna para apurar possíveis condutas impróprias, incluindo a participação do presidente no episódio.

A Casa Rosada nega qualquer envolvimento de Milei na criação da $Libra e sustenta que o presidente frequentemente compartilha iniciativas privadas sem relação direta com elas. No entanto, o governo admitiu que Milei e sua equipe se reuniram com os desenvolvedores do ativo antes do escândalo vir à tona.

Impacto econômico

O caso da $Libra também levanta questões sobre a segurança e regulação do mercado de criptomoedas na Argentina. Analistas apontam que, além do impacto financeiro direto, o episódio pode afetar a credibilidade do governo e dificultar investimentos no país.


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