Governador aposta em André do Prado (PL) para assumir o Legislativo paulista e conta com apoio do PT
A era tucana no comando da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) pode ter um fim em 15 de março, quando o plenário da Casa de Leis eleger os próximos membros da Mesa Diretora. Apoiado pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), o deputado André do Prado (PL) pode ser conduzido à presidência do Legislativo com o apoio do PT.
Desde 1995, com Ricardo Tripoli, apenas parlamentares do PSDB presidem o Legislativo paulista, com duas exceções: Paulo Kobayashi (1997-1999), do PTB, e Rodrigo Garcia (2005-2007), do extinto PFL. Do Prado tem como obstáculo somente o bloco formado por parlamentares do PSOL – cinco deputados.
Articuladores políticos do PL dão como certa a eleição de Do Prado na presidência da Alesp. Em seu quarto mandato, é descrito por seus pares como discreto e do “Centrão raíz”. Do Prado tem forte ligação com o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto. Ex-prefeito de Guararema, tem como reduto a região do Alto Tietê – onde reside Valdemar.
O fato de representar a segunda maior bancada, repleta de bolsonaristas de primeira viagem, e de ser aliado do governador, rendeu a Do Prado o crédito para pleitear a presidência. Na campanha de 2022, o deputado apoiou a reeleição de Rodrigo Garcia (PSDB). Em 2018, pediu votos para o então governador Márcio França (PSB).
Essa será a primeira vez que o deputado estadual ficará sob os holofotes da Alesp e terá de lidar com polêmicas. Em 2016, uma reportagem do SBT revelou que o parlamentar empregava como funcionário fantasma Renato Bolsonaro, irmão do então deputado federal Jair Bolsonaro. Renato recebia um salário de R$ 17 mil por uma função de assessor especial parlamentar, apesar de não comparecer ao trabalho, e foi exonerado após a publicação da reportagem. Ele ficou no cargo de fevereiro de 2013 a abril de 2016. Procurado para comentar o assunto, Do Prado não respondeu.