Em pronunciamento público de menos de 10 minutos, o agora ex-ministro da Saúde, Nelson Teich, não explicou as razões de sua saída, comunicada no final da manhã desta sexta-feira (15), após uma reunião no Palácio do Planalto. Com 29 dias no cargo e desentendimentos seguidos com o presidente Jair Bolsonaro sobre o enfrentamento da pandemia de coronavírus, ele começou com a frase: “A vida é feita de escolhas. Hoje escolhi sair”.
Nas entrelinhas da despedida, é possível acreditar que Teich mandou um recado ao presidente e ao futuro ministro. Ele elogiou a equipe técnica do ministério e afirmou: “O time sempre esteve do meu lado”. O que indicaria que no núcleo da Saúde, não há concordância com as intenções do presidente, que deseja que a cloroquina seja adotada como tratamento de larga escala e que as normas de isolamento social sejam relaxadas.
Teich afirmou o caráter tripartite da saúde pública, com participação dos estados e municípios, e que deixa a pasta com um plano estratégico traçado. A maior iniciativa é o grande programa de testagem da população, que está para entrar em operação.
Sua última frase mostrou que teria chegado ao limite de sua capacidade: “Não aceitei [o Ministério da Saúde] pelo cargo. Achava que podia ajudar o país e as pessoas”.