Ex-presidente lembrou que são as condições locais que determinam os rumos da política, independente das afinidades entre os líderes
Em uma breve conversa com MONEY REPORT nesta sexta-feira (8), durante o lançamento da frente parlamentar que apoia as pautas do Instituto Brasileiro de Precatórios (IBP), em São Paulo, o ex-presidente da República, Michel Temer (MDB), declarou que o retorno de Donald Trump à Casa Branca não deve influenciar no pleito presidencial de 2026. Para o emedebista, as conjunturas política e econômica do Brasil devem ditar o ritmo das próximas eleições, independente das relações diplomáticas dos países e as simpatias presidenciais.
De acordo com o ex-presidente e quadro histórico do MDB, a relação de Trump com o atual mandatário, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), será estritamente institucional a partir de janeiro de 2025. Questionado sobre os laços entre o republicano e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Temer reforçou que o pleito presidencial será definido por outras pautas. “Essas coisas [eleições] são definidas pelas condições locais. Então, será a realidade dos candidatos que se apresentarem em 2026. Será a economia, a tranquilidade social e política que definirão os rumos”.
Sobre Bolsonaro ter mencionado Temer como um nome para a vice-presidência, deixando a porta aberta para alianças estratégicas. “Não descarto conversar com ninguém. Ele [Temer] é garantista, é um ex-presidente”, declarou Bolsonaro à Folha de S. Paulo, na quinta-feira (7), reforçando que está disposto a construir pontes com diferentes figuras políticas, priorizando parcerias que possam fortalecer seu retorno ao cenário eleitoral – mesmo que, ainda assim, inelegível.
Ciente dos afagos, Temer foi enfático ao descartar convites. “Fiquei 32 anos na vida pública. Estou muito satisfeito com minha carreira e minha contribuição ao Brasil. Não voltarei para a vida pública”.