Máquina substituindo o homem? Não nos estacionamentos do Rio de Janeiro.
MONEY REPORT lança a partir desta segunda-feira (11) a série “Jabuticaba da Semana”, que irá abordar iniciativas esdrúxulas só encontradas em um país como o Brasil – daí o nome em homenagem à fruta que prefere o solo brasileiro para florescer.
O primeiro exemplo mostra que nem sempre a classe política está de acordo como o princípio de que a tecnologia precisa ser aperfeiçoada para trazer comodidade aos consumidores e aumentar a eficiência na prestação de serviços. No Brasil, os responsáveis pela criação das leis sempre arrumam um jeitinho de travar a inovação, além de aumentar os custos aos empresários e ameaçá-los com punição.
Na última semana, a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) aprovou em primeira discussão o projeto de lei do deputado Rosenverg Reis (MDB) que determina que estacionamentos pagos ofereçam, em números iguais, máquinas automáticas e funcionários para receber o pagamento.
No texto, Reis, que é empresário, justifica que é comum a substituição de pessoas por máquinas nos estabelecimentos desse tipo, o que elimina postos de trabalho. “O estacionamento não pode visar exclusivamente à obtenção de lucro, mas precisa, principalmente, visar o bem comum, o interesse público”, justifica. Em caso de descumprimento da norma, o infrator poderá ser multado.
A proposta ainda precisa ser analisada em segundo turno e, se aprovada novamente, segue para a sanção do governador. Mesmo com o caráter populista de preservar empregos, a medida não é garantia de que isso irá ocorrer. Pelo contrário, o mais provável é que os empresários deixem de aplicar dinheiro em inovação para não arcar com custos de funcionários extras.