A Rússia está atacando o país vizinho com uma onda de malwares destruidores de dados
Se não bastasse a guerra contra a Rússia na Ucrânia, o país vem sofrendo com outra ameaça: uma longa e implacável campanha de ataques cibernéticos destrutivos vindos de Moscou. Praticamente um ano após o início de guerra, um estudo aponta que nenhum lugar do planeta jamais foi alvo de tantos ataques e códigos destruidores de dados na história da computação.
Pesquisadores dizem que hackers patrocinados pela Rússia estão lançando uma variedade de malwares destruidores de dados na Ucrânia. A descoberta foi feita por especialistas em segurança cibernética da ESET e da Fortinet. Eles encontraram amostras não apenas máquinas rodando Windows, mas também em dispositivos Linux e sistemas operacionais menos comuns, como Solaris e FreeBSD. Foram usadas diferentes linguagens de programação e técnicas para “destruir” os alvos, seja corrompendo tabelas de partição, bancos de dados e até trocando arquivos por dados inúteis.
No total, a Fortinet contou 16 “famílias” diferentes de malware na Ucrânia nos últimos 12 meses, em comparação com apenas uma ou duas vistas nos anos anteriores.
O volume de ataques reforça que um novo tipo de guerra cibernética, que acompanhou o embate físico, surgiu e está avançando em um ritmo sem precedentes, alertam os especialistas. “Não estamos falando de dobrar ou triplicar”, diz Derek Manky, chefe da equipe de inteligência de ameaças da Fortinet. “É uma explosão”.
Enquanto isso, a Ucrânia trabalha para endurecer suas defesas de segurança cibernética ferramentas de detecção de malware.
Problema de ordem global
A Fortinet também descobriu que o volume de malware atingindo a Ucrânia pode estar criando um problema global. Para ter uma ideia, amostras de malware já apareceram até no repositório de código-fonte aberto Github.
Os pesquisadores dizem que suas ferramentas de segurança de rede detectaram outros hackers reutilizando os mesmos ataques contra alvos em 25 países além da Ucrânia.
Apesar desse grande volume, os ataques cibernéticos atuais da Rússia contra a Ucrânia são menos sofisticados em comparação com os registrados em anos anteriores.