Por Elizabeth Piper e Laila Bassam
LONDRES/DAMASCO (Reuters) – As potências ocidentais não têm planos para novos ataques com mísseis na síria, mas avaliarão suas opções se Damasco usar armas químicas novamente, disse o ministro das Relações Exteriores britânico neste domingo, com o debate sobre a legalidade e a efetividade dos ataques se inflamando.
Mísseis dos Estados Unidos, França e Inglaterra atingiram o coração do programa de armas químicas da Síria no sábado, em retaliação a uma suspeita de ataque com uso de gás venenoso uma semana atrás, e os três países insistiram que não visam derrubar o presidente Bashar al-Assad ou intervir na guerra civil, que já dura sete anos.
Os bombardeios, considerados um sucesso pelo presidente Donald Trump, mas denunciado por Damasco e seus aliados como um ato de agressão, marcaram a maior intervenção dos países ocidentais contra Assad e sua aliada, a Rússia, cujo ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, chamou de “inaceitável e ilegal”.
Em Damasco, o vice-ministro das Relações Exteriores da Síria, Faisal Mekdad, se reuniu com inspetores do órgão regulador global de armas químicas, o OPCW por cerca de três horas, na presença de autoridades russas e uma autoridade de segurança da Síria.
Os inspetores iriam tentar visitar o local do suspeito ataque com gás. Moscou condenou os Estados do Ocidente por se recusarem a esperar suas descobertas antes de atacar.
Enquanto deixava o hotel onde aconteceu a reunião, Mekdad não quis falar com os repórteres que o aguardavam do lado de fora.
O Secretário de Relações Exteriores do Reino Unido, Boris Johnson, defendeu a decisão da primeira-ministra Theresa May de participar do ataque, dizendo que o objetivo era impedir o uso de armas químicas no futuro.
“Isto não é sobre uma mudança de regime… Isso não é sobre tentar mudar a maré no conflito na Síria”, disse ele à BBC.