Por Luis Jaime Acosta
BOGOTÁ (Reuters) – A Colômbia pediu a Cuba na sexta-feira que prenda 10 guerrilheiros do Exército de Libertação Nacional (ELN) que se encontram em Havana, e restabeleceu as ordens de prisão contra eles após responsabilizar o grupo pelo ataque com um carro bomba contra uma academia de polícia, no qual 21 pessoas morreram e outras 68 ficaram feridas.
A decisão do presidente Iván Duque pode resultar num agravamento do conflito armado interno, com uma intensificação da ofensiva militar contra o ELN e de ataques contras as Forças Armadas e a infraestrutura do país, incluindo em centros urbanos, segundo analistas.
“Ordenei a retirada da suspensão das ordens de prisão dos 10 membros da ELN que integravam a delegação deste grupo em Cuba, e revoguei a resolução que criava as condições que permitiam a sua permanência naquele país”, disse Duque em um pronunciamento no rádio e na TV.
“Isto significa o fim imediato de todos os benefícios que lhes foram concedidos no passado pelo Estado, e a ativação das circulares vermelhas da Interpol”, afirmou ele, pedindo a Cuba que “torne efetivas as prisões dos terroristas que se encontram em seu território e os entregue às autoridades policiais colombianas.”
Cuba foi durante meses sede das negociações de paz entre o governo do ex-presidente Juan Manuel Santos e a ELN, razão pela qual diversos negociadores do grupo rebelde permaneceram no país caribenho à espera de uma retomada das conversas.
O ataque de quinta-feira, o pior do tipo na Colômbia nos últimos 15 anos, foi atribuído pelo governo à ELN, grupo que possui cerca de 2 mil combatentes e é considerado uma organização terrorista pelos Estados Unidos e a União Europeia.
(Reportagem de Luis Jaime Acosta e Nelson Bocanegra)