Por Foo Yun Chee e Gilbert Reihac
ESTRASBURGO (Reuters) – Um atirador matou pelo menos quatro pessoas e feriu outras 11 perto de um mercado de Natal na cidade francesa de Estrasburgo, na noite de terça-feira, antes de escapar da polícia.
Não ficou claro imediatamente qual seria o motivo do crime, mas, com a França ainda em alerta máximo após uma onda de ataques ordenados ou inspirados por militantes do Estado Islâmico desde o início de 2015, a procuradoria contra-terrorismo abriu uma investigação.
O ministro do Interior, Christophe Castaner, disse que o atirador era conhecido dos serviços de segurança, e a prefeitura local disse que ele havia sido previamente identificado como uma ameaça de segurança.
Pessoas na área de Neudorf e no parque Etoile na cidade receberam ordens para ficar onde estavam enquanto policiais buscavam o atirador pelo chão e pelo ar.
O Parlamento Europeu, que está sediado em Estrasburgo nesta semana, foi colocado em isolamento.
“Houve uma série de tiros e pessoas correndo para todos os lados”, disse um lojista ao canal de televisão BFM. “Durou cerca de 10 minutos”.
O mercado de Natal foi promovido com segurança rigorosa neste ano. Veículos não autorizados foram excluídos das ruas adjacentes durante o horário de funcionamento e os pontos de checagem foram montados em pontes e pontos de acesso para revistar as bolsas de pedestres.
Um repórter da Reuters estava entre as 30 a 40 pessoas detidas em um porão de um supermercado por motivos de segurança no centro da cidade, esperando a polícia liberar a área. Luzes foram desligadas e garrafas de água foram distribuídas.
PRESIDENTE INFORMADO
O presidente Emmanuel Macron foi informado do incidente e estava sendo atualizado enquanto os eventos se desdobravam, disse uma autoridade do Palácio do Eliseu. Castaner já estava a caminho de Estrasburgo, que fica na fronteira com a Alemanha.
Um porta-voz do Parlamento Europeu disse que o prédio havia sido fechado e que os funcionários receberam ordens para não saírem.
“Meu pensamento está nas vítimas do tiroteio em Estrasburgo, que eu condeno com a maior firmeza possível”, escreveu o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, no Twitter. “Estrasburgo é um excelente símbolo da paz e da democracia europeia. Valores que sempre defenderemos”.
Agências de segurança europeias temem por algum tempo que os militantes do Estado Islâmico que haviam deixado a Europa para lutar pelo grupo na Síria e no Iraque poderiam voltar após a derrota do grupo, com habilidades e motivação para conduzir ataques no continente.
Em 2016, um caminhão atropelou uma multidão que comemorava o Dia da Bastilha em Nice, matando mais de 80 pessoas, enquanto em novembro de 2015, ataques coordenados de militantes islâmicos na casa de shows Bataclan e em outros lugares de Paris causaram aproximadamente 130 mortes. Também aconteceram mais ataques em Paris a um policial na avenida Champs-Élysées, ao jornal satírico Charlie Hebdo, e a uma loja de alimentos kosher.
Há dois anos, um muçulmano tunisiano dirigiu um caminhão invadindo um mercado natalino em Berlim matando 11 pessoas.
(Reportagem Christian Hartmann, Emmanuel Jarry, Michel Rose e Inti Landauro em Paris e Kevin Liffey em Londres)