(Reuters) – Um homem armado invadiu nesta terça-feira a Catedral Metropolitana de Campinas, matou quatro pessoas e cometeu suicídio ao final de uma missa, informaram autoridades da cidade no interior de São Paulo.
Quatro pessoas também ficaram feridas no ataque ocorrido no início da tarde.
Segundo o delegado José Henrique Ventura, o homem identificado como Euler Fernando Grandolpho, de 49 anos, sentou-se em um dos bancos da igreja e pouco depois começou a atirar.
“Nós não temos até o momento nenhuma informação sobre motivação. O vídeo que temos é ele chegando na igreja, o que prova que ele estava sozinho. Com a identificação, vamos investigar a motivação”, afirmou o delegado em entrevista coletiva.
Das quatro pessoas feridas, apenas “uma demandava cuidado”, de acordo com Ventura.
O presidente Michel Temer disse no Twitter que estava “profundamente abalado” com o crime em Campinas. Na mesma rede social, o presidente eleito Jair Bolsonaro declarou que estava “acompanhando a apuração das autoridades sobre o crime bárbaro” na catedral e manifestou “solidariedade às vítimas dessa tragédia e aos familiares”.
O major Augusto Leão, da Polícia Militar, contou que policiais ouviram disparos e se deslocaram para a Catedral Metropolitana, que fica no centro de Campinas, onde o policiamento está reforçado por conta das compras de Natal.
Os policiais agiram com cautela, segundo o major, para evitar que mais vítimas fossem atingidas. Houve revide e um disparo atingiu a parte lateral do corpo do atirador.
“Ele caiu ao solo e, ainda consciente, com a arma na mão, provavelmente verificando que não teria como fugir da situação, ele efetuou disparo contra a própria cabeça”, afirmou Leão, acrescentando que o atirador possuía mais munições e que não teria falado nada antes de começar os disparos.
Em nota, a Arquidiocese de Campinas informou que o homem entrou na Catedral com duas armas, uma pistola automática 9mm e um revólver calibre 38. Entre 18 e 20 pessoas estavam no local no final da missa.
“Contamos com as orações de todos neste momento de profunda dor”, afirmou a Arquidiocese de Campinas.
CONTROLE DE ARMAS
O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, disse que a Polícia Federal pode ajudar na investigação e reafirmou sua defesa pelo controle de armas.
“Sou defensor histórico desde meu tempo de Congresso do controle de armas. Acho que toda e qualquer sociedade civilizada tem que ter um controle sobre armas e quanto mais armas fora do controle, mais risco à vida. Isso é absolutamente claro”, disse Jungmann a jornalistas no Rio de Janeiro.
Os corpos das cinco vítimas fatais foram retirados da Catedral e encaminhados para o Instituto Médico Legal de Campinas.
A Prefeitura de Campinas decretou luto oficial de três dias em razão da tragédia e afirmou em comunicado que “a prioridade no momento é dar total atenção aos feridos e às famílias das vítimas”.
(Por Tatiana Ramil, em São Paulo; com reportagem adicional de Rodrigo Viga Gaier, no Rio de Janeiro)