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Ausência de Queiroz em depoimentos não atrapalha investigações e não impede denúncia, diz procurador

RIO DE JANEIRO (Reuters) – A ausência de Fabrício Queiroz nos depoimentos marcados pelo Ministério Público do Rio de Janeiro não atrapalha as investigações sobre a movimentação bancária atípica do ex-assessor parlamentar do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) detectada pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), uma vez que o material disponível é bastante consistente, disse o procurador-geral do Estado, Eduardo Gussem.

O procurador afirmou nesta segunda-feira que se necessário o MP pode oferecer denúncia à Justiça contra Queiroz mesmo sem ouvi-lo e também sem colher o depoimento de Flávio Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro e atualmente deputado estadual, que também não compareceu para prestar depoimento ao MP.

“A oitiva contribui mais para que eles apresentem a versão deles”, disse Gussem a jornalistas, após a cerimônia de recondução ao cargo de procurador-geral de Justiça até 2021. “O MP trabalha com conjunto probatório e a prova real dos fatos. Nesse caso a prova documental é muito consistente”, acrescentou.

“Através dessa prova documental, o MP pode chegar a conclusões de que tem elementos suficientes para propor uma ação penal e ele (Queiroz) ter oportunidade de se pronunciar em juízo”, destacou Gussem.

O ex-policial militar e ex-assessor parlamentar de Flávio Bolsonaro já foi convidado duas vezes para prestar esclarecimentos no MP do Estado, mas não compareceu alegando problemas de saúde. A família dele também foi chamada para esclarecer a movimentação atípica de mais de 1,2 milhão de reais entre 2017 e 2018 mas não apareceu na data marcada.

Flávio Bolsonaro também não compareceu a um depoimento, mas prometeu marcar uma nova data. Gussem garantiu que o filho do presidente não é investigado e seu papel seria apenas o de colaborar com as investigações.

O procurador-geral não quis dar um prazo para a conclusão dessa investigação e de outras 21 movimentações atípicas detectadas pelo Coaf. “São 22 procedimentos que tramitam no MP com a mesma velocidade e mesma consistência“, disse.

Quatro deputados do Estado já apresentaram explicações voluntariamente.

(Reportagem de Rodrigo Viga Gaier)

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