(Reuters) – O presidente Jair Bolsonaro disse em entrevista ao SBT nesta quinta-feira que as relações da “ditadura” da Venezuela com a Rússia são motivo de preocupação e não descartou permitir que os Estados Unidos instalem uma base militar no Brasil “de acordo com o que puder vir acontecer no mundo”.
“A Rússia fez uma manobra na Venezuela, nós sabemos qual a intenção do governo de Maduro, ou da ditadura do Maduro, e o Brasil tem que se preocupar com isso. Ao longo dos últimos 20, 25 anos, as nossas Forças Armadas foram abandonadas por uma questão política, porque nós das Forças Armadas somos o último obstáculo para o socialismo”, disse o presidente.
“A minha aproximação com os Estados Unidos é uma questão econômica, mas pode ser bélica também. Nós podemos fazer acordo voltado para essa questão. Não queremos ter um superpoder aqui na América do Sul, mas devemos ter, no meu entender, a supremacia”, acrescentou.
Indagado sobre a possibilidade de instalação de uma base militar norte-americana em solo brasileiro, Bolsonaro, que é capitão da reserva, não descartou a medida.
“A questão física pode ser até simbólica. Hoje em dia o poderio das Forças Armadas americanas, chinesas, soviéticas alcançam o mundo todo independente de base. Agora, de acordo com o que puder vir acontecer no mundo, quem sabe você tenha que discutir essa questão no futuro”
Na entrevista para a emissora, o presidente disse ainda que tem “pré-acertada” uma visita aos EUA em março para se reunir com o presidente norte-americano Donald Trump. O presidente também confirmou que irá ao Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, neste mês e, por isso, a cirurgia para reverter a colostomia à qual se submeteu após sofrer uma facada em setembro deverá ocorrer no dia 28 ou 29.
Indagado sobre a movimentação financeira atípica de Fabricio Queiroz, ex-assessor de seu filho senador eleito Flavio Bolsonaro (PSL-RJ), Bolsonaro disse que emprestou dinheiro a ele mais de uma vez, por isso houve depósitos de Queiroz na conta da primeira-dama Michelle. Ele afirmou que caberá ao ex-assessor se explicar, embora tenha declarado confiar nele até se prove o contrário.
(Por Eduardo Simões)