BRASÍLIA (Reuters) – O governo do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) indicou nesta quinta-feira os nomes dos economistas Bruno Serra Fernandes para a diretoria de Política Monetária do Banco Central e de João Manoel Pinho de Mello para a diretoria de Organização do Sistema Financeiro da autarquia.
Fernandes é hoje responsável pela mesa de renda fixa proprietária do Banco Itaú Unibanco. Formado pelo Ibmec e com mestrado em Economia pela USP, ele passou pelo BankBoston como estrategista de renda fixa e gestor de recursos para fundos multimercados.
Já Pinho de Mello acumula os cargos de secretário de Promoção da Produtividade e Advocacia da Concorrência e de secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda.
Professor titular do Insper, ele é formado em administração pública, tem mestrado em Economia pela PUC-Rio e PhD em Economia pela Universidade de Stanford. Na Fazenda, se notabilizou pelo trabalho com medidas microeconômicas, se engajando em temas como cadastro positivo, distrato imobiliário, duplicata eletrônica, reforma da Lei de Recuperação Judicial e Portal Único de Comércio Exterior.
Os nomes de ambos serão encaminhados por Bolsonaro à aprovação do Senado Federal, da mesma forma que o de Roberto Campos Neto, anteriormente indicado para a presidência do BC, informou em nota a assessoria da equipe de transição.
Ao mesmo tempo, o BC divulgou nesta quinta-feira que, por razões pessoais, o atual diretor de Política Monetária, Reinaldo Le Grazie, deixará o cargo imediatamente após publicação de decreto de exoneração pedido ao presidente Michel Temer.
Já o diretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução, Sidnei Corrêa Marques, também solicitou sua saída depois de oito anos à frente da diretoria, mas permanecerá no posto até Pinho de Mello ser confirmado pelos senadores para a função.
Com a saída de Le Grazie, Carlos Viana de Carvalho, atual diretor de Política Econômica do BC, assumirá a diretoria de Política Monetária, e Tiago Couto Berriel acumulará a diretoria de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos, já sob seu comando, com a de Política Econômica.
Ambos retornarão a suas diretorias originais após o Senado apreciar o nome de Fernandes, indicado por Bolsonaro para a diretoria de Política Monetária, disse o BC.
(Por Marcela Ayres)