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Brexit seguiria adiante sob o governo trabalhista, diz líder da oposição

LONDRES (Reuters) – O líder da oposição britânica, Jeremy Corbyn, disse neste sábado que vai avançar com o Brexit e tentar renegociar os termos se vencer as eleições no próximo ano, em um golpe aos partidários do partido que querem um segundo referendo.

Como grande parte da Grã-Bretanha, o Partido Trabalhista de Corbyn está profundamente dividido sobre o Brexit, com alguns pedindo por uma nova votação e outros representando áreas que registraram o maior apoio para deixar a União Europeia no plebiscito de 2016.

Corbyn, socialista com pouca paixão pela UE, tem relutado em apoiar um segundo referendo, mas com menos de 100 dias para o Brexit o clamor está crescendo por um atraso ou uma segunda votação para impedir a saída da Grã-Bretanha sem um acordo.

“Você teria que voltar e negociar, e ver qual seria o cronograma”, disse Corbyn ao jornal The Guardian, quando perguntado o que faria se vencesse uma eleição antecipada destinada a romper o impasse no parlamento.

Questionado sobre qual postura o Partido Trabalhista tomaria se fosse realizado o referendo, Corbyn disse: “seria uma questão para o partido decidir qual seria a política; mas minha proposta neste momento é que avancemos, tentando obter uma união aduaneira com a UE, em que poderíamos ser parceiros comerciais.”

A Grã-Bretanha deve deixar a UE em 29 de março. A primeira-ministra Theresa May assinou um acordo de retirada com Bruxelas, mas foi forçada a suspender uma votação parlamentar na semana passada depois de admitir que perderia por uma larga margem.

Uma nova eleição não é prevista até 2022, mas uma pode ser convocada se May não conseguir aprovação no Parlamento.

Os trabalhistas querem uma união aduaneira permanente com a UE e uma relação próxima com o mercado único. A política foi apelidada de ambiguidade construtiva por alguns, que questionam se os trabalhistas poderiam negociar um acordo melhor.

Críticos argumentam que Corbyn tem sido bem sucedido em seguir com a política, desde que a votação para deixar o bloco seja respeitada.

Ele disse ao Guardian ainda estar preocupado com as regras da UE sobre ajuda estatal, e que ele tenta equilibrar as opiniões de todos no partido e entender por que tantos votaram para deixar o maior bloco comercial do mundo.

(Reportagem de Kate Holton)

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