SÃO PAULO/BRASÍLIA (Reuters) – A nomeação de um filho do vice-presidente da República para ser assessor do presidente-executivo do Banco do Brasil foi defendida nesta terça-feira tanto pelo novo mandatário do banco quanto pelo próprio pai do executivo, em meio à polêmica dentro e fora da instituição.
Antônio Hamilton Rossell Mourão foi nomeado na véspera para ser assessor especial da presidência, no gabinete do presidente Rubem Novaes.
O novo assessor é empregado do BB há 18 anos e trabalhava há 11 anos como assessor empresarial na diretoria de Agronegócio do banco. Com a mudança, o executivo terá o salário triplicado, para cerca de 36 mil reais por mês.
Segundo uma fonte familiarizada com o banco, Antonio Mourão participou dos trabalhos de transição no comando do banco e teria chamado a atenção de Novaes por sua competência e inteligência.
A nomeação causou insatisfação entre funcionários do BB, porque pode enviar um sinal de ingerência política no comando da instituição.
Em nota, o banco afirmou que o cargo de assessor “é de livre provimento da presidência do BB e a nomeação atende aos critérios previstos em normas internas e no estatuto do banco”.
Também em nota, Novaes acrescentou que o assessor indicado “é de minha absoluta confiança. Foi escolhido para minha assessoria e nela continuará, em função de sua competência. O que é de se estranhar é que não tenha, no passado, alcançado postos mais destacados no banco.”
Já o vice-presidente Hamilton Mourão argumentou que seu filho foi escolhido por seus “excelentes serviços, conduta irrepreensível e por absoluta confiança pessoal do presidente do banco”. E acrescentou: “Em governos anteriores, honestidade e competência não eram valorizados”.
(Por Ricardo Brito e Aluísio Alves)