CARTUM (Reuters) – Forças de segurança atiraram gás lacrimogêneo em centenas de pessoas que tentavam marchar ao palácio do presidente Omar al-Bashir, em Cartum, capital do Sudão, nesta segunda-feira, para protestar contra preços crescentes e exigir que ele renunciasse.
Oficiais fizeram dúzias de prisões, outros assistiram do topo de prédios e veículos armados com metralhadoras estacionaram nas ruas ao redor do protesto.
Alguns na multidão cantaram: “O povo quer a queda do regime”, um slogan usado amplamente durante a Primavera Árabe de 2011, que derrubou líderes ao redor do mundo muçulmano.
Raiva sobre o crescimento dos preços, falta de commodities básicas e crise de dinheiro abasteceram manifestações no Sudão nas últimas duas semanas. Figuras de oposição e alguns sindicatos convocaram uma marcha na capital nesta segunda-feira, véspera das comemorações da independência do Sudão.
Ativistas acusam Bashir e seus serviços de segurança de usarem violência excessiva. Mas o ministro do Interior, Ahmed Bilal Othman, disse nesta segunda-feira que os protestos foram “limitados” e “tratados de acordo com a lei”.
“Enquanto as manifestações sobre combustível e falta de pão podem ser justificadas, há entidades tentando usá-las para o caos… Vemos os protestos recuando”, disse à Reuters.
Em Cartum, nesta segunda-feira, a principal manifestação quebrou-se em protestos menores, disseram testemunhas.
(Por Khalid Abdelaziz no Cairo)