Por Michael Hirtzer e Tom Polansek e Rajesh Kumar Singh
CHICAGO (Reuters) – A guerra comercial entre Estados Unidos e China resultou em bilhões de dólares em prejuízos para ambos os lados em 2018, atingindo setores como o automobilístico, tecnologia e, acima de tudo, agricultura.
Os amplos prejuízos causados com as tarifas comerciais destacados por vários economistas mostram que, embora setores especializados, como a indústria de processamento de soja norte-americana, tenham se beneficiado da disputa, ela teve um impacto prejudicial, no geral, sobre as duas maiores economias do mundo.
Os prejuízos podem dar ao presidente norte-americano, Donald Trump, e a seu colega chinês, Xi Jinping, a motivação para solucionar suas diferenças comerciais antes do fim do prazo, em 2 de março, embora as conversas entre as potências econômicas ainda possam retroceder.
As economias norte-americanas e chinesa perdem cada uma cerca de 2,9 bilhões de dólares por ano somente devido às tarifas de Pequim sobre a soja, milho, trigo e sorgo, disse o economista agrícola da Universidade de Purdue Wally Tyner.
A interrupção do comércio agrícola prejudica ambos os lados de forma particularmente ruim, porque a China é o maior importador de soja do mundo e ano passado contou com os EUA para prover o equivalente a 12 bilhões de dólares da oleaginosa.
A China tem comprado soja do Brasil, principalmente, depois da imposição de uma tarifa de 25 por cento sobre a soja norte-americana em julho, em retaliação às tarifas dos EUA sobre produtos chineses. O aumento da demanda levou a patamares recorde os prêmios da soja brasileira ante os contratos futuros da soja norte-americana negociados em Chicago, em um exemplo de como a guerra comercial reduz as vendas dos exportadores norte-americanos e eleva os custos dos importadores chineses.
“É um problema que está implorando por uma solução”, disse Tyner. “É uma situação que gera perdas tanto para os Estados Unidos quanto para a China.”
Os embarques totais de exportação agrícola para a China nos primeiros 10 meses de 2018 caíram 42 por cento em relação ao ano anterior, para cerca de 8,3 bilhões de dólares, de acordo com o Departamento de Agricultura dos EUA.
(Por Michael Hirtzer, Rajesh Kumar Singh, Tom Polansek, Ann Saphir, Humeyra Pamuk, David Lawder, Ben Klayman e Hallie Gu)