(Reuters) – A candidata à Presidência da República pela Rede, Marina Silva, voltou a rebater a tese sugerida em carta pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso de união dos candidatos de centro em torno de Geraldo Alckmin (PSDB).
Marina, que tenta colocar seu nome como uma alternativa viável entre os extremos, também voltou a bater na tecla que a eleição não pode se transformar em um plebiscito e que o eleitor não precisa pautar seu voto por pesquisas eleitorais.
“É um momento difícil da história do nosso país. E o Brasil não pode comprar a tese de que as pesquisas impõem um plebiscito ao cidadão brasileiro. A pesquisa é apenas um retrato de um momento. Ainda temos muito chão pela frente”, disse a candidata em São Paulo, após encontro com representantes de grandes organizações ambientais.
“Fazer um apelo para que haja união e dizer que o figurino cabe no candidato do seu partido talvez não seja a melhor forma de falar em nome do Brasil”, alfinetou Marina.
Na quinta-feira, o ex-presidente fez um apelo em carta para que os candidatos fora dos extremos políticos se unam em torno de um nome que tiver maiores chances de vencer a eleição de outubro, sem citar nominalmente um dos presidenciáveis.
Apesar de não mencionar um nome, Fernando Henrique disse que o candidato a unir o centro deveria ser “uma liderança serena que saiba ouvir, que seja honesto, que tenha experiência e capacidade política para pacificar e governar o país”.
Depois, em seu perfil no Twitter, afirmou que quem “veste o figurino” descrito é o tucano Alckmin. “Só que não se convida para um encontro dizendo ‘só com este eu falo'”, disse Fernando Henrique, que é presidente de honra do PSDB.
Nesta sexta, Marina garantiu que irá insistir na defesa do fim da “velha polarização”.
“Em uma eleição em dois turnos, cada cidadão e cada cidadã vota no candidato que acredita, que recupera a confiança e a esperança”, acrescentou.
Pesquisa Datafolha divulgada na quinta-feira apontou Bolsonaro na liderança da disputa pelo Palácio do Planalto com 28 por cento de apoio, e Haddad com 16 por cento em empate técnico com Ciro, que registra 13 por cento. Alckmin apareceu com 9 por cento, e Marina tinha 7 por cento.
(Por Maria Carolina Marcello)