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May promete lutar contra voto de desconfiança e alerta que Brexit corre risco

Por Kylie MacLellan e Guy Faulconbridge

LONDRES (Reuters) – A primeira-ministra britânica, Theresa May, prometeu nesta quarta-feira lutar contra um voto de não confiança convocado por seu próprio Partido Conservador, dizendo que uma mudança agora adiaria ou até ameaçaria a planejada saída do Reino Unido da União Europeia.

Faltando menos de quatro meses para a desfiliação, prevista para 29 de março, o Brexit foi posto em dúvida pela rejeição de parlamentares britânicos ao acordo de separação proposto por May e por um motim dentro do próprio partido da premiê.

Falando do lado de fora da residência oficial, em Downing Street, cerca de uma hora depois do voto de não confiança ser anunciado, May disse que lutará pelo cargo com todas as suas forças.

Em um alerta contundente a integrantes de seu partido que apoiam o Brexit, May disse que, se for deposta, a saída da União Europeia precisaria ser adiada, e talvez até suspensa.

“Um novo líder não tomaria posse até o prazo legal de 21 de janeiro, por isso a eleição de uma liderança cria o risco de entregar o controle das negociações do Brexit a parlamentares da oposição no Parlamento”, disse May.

“Um novo líder não teria tempo de renegociar um acordo de saída e aprovar a legislação no Parlamento até 29 de março. Por isso um de seus primeiros atos teria que ser prorrogar ou rescindir o Artigo 50, adiando ou talvez até suspendendo o Brexit quando as pessoas querem que o levemos adiante”.

Graham Brady, presidente da chamada comissão 1922 do Partido Conservador, disse que o patamar de 15 por cento dos parlamentares da legenda necessário para desencadear o voto de não confiança havia sido excedido.

A votação será realizada entre 16h e 18h (no horário de Brasília) desta quarta-feira em uma sala na Casa dos Comuns e o resultado divulgado assim que possível, afirmou Brady.

May pode ser derrubada se 158 dos 315 parlamentares de seu partido votarem contra ela.

O Brexit é a decisão política e econômica mais significativa do Reino Unido desde a Segunda Guerra Mundial.

O resultado moldará a economia britânica de 2,8 trilhões de dólares, terá consequências abrangentes para a unidade do país e determinará se Londres consegue se manter como um dos dois maiores centros financeiros do mundo.

A libra, que perdeu 25 centavos em relação ao dólar desde o referendo de 2016, caiu devido ao voto de não confiança, mas depois subiu para 1,2548 dólar com a notícia de que o Brexit pode precisar ser adiado.

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