BRASÍLIA (Reuters) – O médium João de Deus, que foi indiciado pela polícia após acusações de abuso sexual feitas por diversas mulheres, prestou depoimento nesta quarta-feira ao Ministério Público de Goiás no âmbito da investigação, informou a instituição em nota.
Segundo o MP estadual, os procuradores receberam o indiciamento da Polícia Civil de Goiás contra o médium na última sexta-feira e devem concluir a primeira denúncia ainda nesta semana.
Preso preventivamente desde 16 de dezembro sob a acusação de ter cometido crimes sexuais contra mulheres que buscavam tratamento espiritual, João Teixeira de Faria, o João de Deus, chegou ao MP por volta das 10h e voltou ao Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia depois das 12h.
De acordo com o Ministério Público, o depoimento durou cerca de 1 hora e 30 minutos.
De acordo com o MP, já foram colhidos 78 depoimentos formais de mulheres que teriam sido vítimas de abusos de João de Deus. O Ministério Público já recebeu 600 mensagens sobre o caso, 260 delas enviadas por potenciais vítimas do médium.
As potenciais vítimas não se restringem ao Brasil. Dentre as mensagens encaminhadas ao Ministério Público, 4 são dos Estados Unidos, 3 da Austrália, 1 da Alemanha, 1 da Bélgica, outra da Bolívia e mais uma da Itália, de acordo com o MP.
As primeiras denúncias contra o médium, que ficou conhecido no Brasil e no exterior pelos atendimentos mediúnicos e cirurgias espirituais que realiza há mais de 40 anos, vieram à tona em um programa da TV Globo.
As acusações das mulheres variam desde toques inadequados até a consumação de relações sexuais. Também há relatos em reportagens segundo os quais João de Deus obrigava as vítimas a praticar sexo oral enquanto ele supostamente incorporava entidades espirituais.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)