BRASÍLIA (Reuters) – O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general da reserva Augusto Heleno, disse nesta quinta-feira que ainda não há uma decisão definitiva sobre a transferência da embaixada brasileira em Israel, mas ressaltou que há uma clara intenção nesse sentido.
“Não houve ainda uma decisão de data. Há uma intenção clara que isso aconteça, mas não tem uma decisão de data. O presidente ainda não disse publicamente, não deu publicamente essa decisão”, disse o general a jornalistas, acrescentando que a visita do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ao Brasil, é um sinal da aproximação com o país.
No último domingo, Netanyahu afirmou que ouviu do presidente Jair Bolsonaro, com quem havia se reunido dois dias antes, que a mudança da embaixada para Jerusalém era uma questão de “quando, não de se”.
Mas uma fonte graduada do novo governo, que pediu para não ser identificada, mostrou cautela com a declaração do premiê israelense. “Só se comenta decisão, a qual ainda não foi tomada”, disse a fonte à Reuters.
Heleno disse não acreditar que o movimento possa causar problema com os países árabes e que a diplomacia brasileira é “muito habilidosa” e conseguirá tratar a questão.
“É um pensamento do presidente, por enquanto. Isso, se acontecer, vai acontecer com precaução e exatamente mostrando à comunidade árabe que isso não é nenhuma provocação. É natural, até porque quem disse que a capital é Jerusalém foram os próprios israelenses. Nós estamos apenas cumprindo uma determinação deles: a capital nossa agora é Jerusalém”, argumentou Heleno.
Em entrevista a jornalistas após visita do presidente Jair Bolsonaro à Secretaria de Segurança e Coordenação Presidencial do GSI, Heleno disse também que é natural que aconteça uma aproximação do Brasil com Israel e Estados Unidos na área de defesa, mas que não há previsão, ao menos por enquanto, de aquisição de equipamentos ou investimentos por falta de recursos.
(Reportagem de Lisandra Paraguassu)