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Partes rivais do Iêmen dizem que cessar-fogo em cidade portuária começa na terça-feira

SANAA (Reuters) – Um cessar-fogo acordado no Iêmen entre partes rivais que têm travado uma guerra em Hodeida terá início em 18 de dezembro, disseram fontes de ambos os lados e as Nações Unidas neste domingo, em uma tentativa de evitar mais derramamento de sangue em uma cidade portuária vital para o fornecimento de ajuda humanitária e alimentos ao país.

O grupo Houthi, alinhado ao Irã, e o governo de Abd-Rabbu Mansour Hadi, apoiado pela Arábia Saudita, concordaram na quinta-feira após uma semana de negociações de paz patrocinadas pela ONU na Suécia em cessar o combate na cidade do Mar Vermelho e retirar suas forças.

Os Houthis controlam a maioria das cidades, incluindo Hodeida e a capital Sanaa, de onde eles depuseram o governo de Hadi em 2014 levando uma coalizão liderada pela Arábia Saudita a intervir. O governo agora está baseado no porto de Aden, ao sul.

Moradores reportaram confrontos contínuos, principalmente à noite, nos arredores de Hodeida, onde milhares de tropas iemenitas apoiadas pela coalizão se concentraram.

Yahya Sarea, autoridade sênior das forças armadas Houthi, disse aos jornalistas em Sanaa que o cessar-fogo deve começar na terça-feira.

“Esperamos que eles sejam verdadeiros em suas palavras, do contrário estamos prontos para responder”, acrescentou ele.

Uma fonte no governo apoiado pela Arábia Saudita confirmou a data e disse estar se comunicando oficialmente com ambas as partes em carta do enviado especial ao Iêmen Martin Griffiths.

“Enquanto o acordo de Hodeida estipula um início imediato do cessar-fogo, é normal que ele leve de 48 a 72 horas para ser comunicado no nível operacional”, disse uma fonte da ONU. “Nós esperamos que o cessar-fogo seja implementado a partir de terça-feira.”

As Nações Unidas estão tentando evitar um ataque de grande escala no porto, ponto de entrada da maioria dos bens comerciais do Iêmen e de suprimentos de ajuda cruciais em momento em que milhões de iemenitas que enfrentam a fome.

O acordo, primeiro avanço significativo nos esforços de paz em cinco anos, foi parte de medidas de construção de confiança discutidas nas negociações de paz, que visam pavimentar o caminho para uma trégua mais ampla e dar uma estrutura para as negociações políticas.

Sob o acordo, monitores internacionais seriam enviados a Hodeida e todas as forças armadas recuariam completamente dentro de 21 dias a partir do início do cessar-fogo.

Um Comitê de Coordenação de Reorganização liderado pela ONU incluindo ambos os lados supervisionaria a implementação. O comitê deve começar seu trabalho nesta semana, disse a fonte da ONU.

Griffiths pediu ao Conselho de Segurança que aprove uma resolução apoiando a implantação de um regime de monitoramento robusto para supervisionar o cumprimento da trégua, liderada pelo major-general holandês aposentado Patrick Cammaert.

Os combatentes devem realizar mais uma rodada de negociações em janeiro para chegar a um acordo sobre a estrutura política das negociações para acabar com a guerra, que matou dezenas de milhares de pessoas e gerou uma crise humanitária urgente.

(Reportagem de Redação Reuters em Sanaa, Mohammed Ghobari em Aden e Aziz El Yaakhoubi em Dubai)

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