Por Jan Wolfe
WASHINGTON (Reuters) – O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, e outras autoridades do governo Trump se reuniram neste sábado com importantes assessores parlamentares democratas para tentar acabar com o impasse sobre a proposta de um muro na fronteira e encerrar uma paralisação parcial do governo norte-americano que já dura duas semanas.
O presidente Donald Trump exige a liberação pelo Congresso de 5,6 bilhões de dólares para construir um muro ao longo da fronteira com o México, mas os democratas que controlam a Câmara dos Deputados aprovaram nesta semana um projeto de lei orçamentária para reabrir o governo sem fornecer financiamento adicional para o muro.
Trump diz que não assinará a medida até receber o dinheiro para o muro.
Com os dois lados mantendo suas posições, um quarto do governo federal está paralisado há duas semanas, deixando 800 mil funcionários públicos sem remuneração.
Antes de entrar nas negociações deste sábado, Pence disse em um tuíte que o objetivo do governo não era apenas acabar com a paralisação, mas “fornecer financiamento para acabar com a crise em nossa fronteira sul, conseguir segurança nas fronteiras e construir o muro!”.
Jared Kushner, genro de Trump e assessor sênior da Casa Branca, também compareceu à reunião na Casa Branca, assim como a secretária de Segurança Interna Kirstjen Nielsen e o novo chefe de gabinete da Casa Branca, Mick Mulvaney.
Eles estavam negociando com assessores dos principais parlamentares democratas no Congresso.
A democrata Nancy Pelosi, nova presidente da Câmara, disse nesta semana que o muro proposto por Trump era “imoral” e um “desperdício de dinheiro”.
Trump reiterou sua demanda por um muro na fronteira em uma série de tuítes no sábado.
“Os democratas poderiam resolver o problema da paralisação em um período muito curto de tempo”, disse Trump. “Tudo o que eles têm que fazer é aprovar a real segurança nas fronteiras (incluindo um muro), algo que todos, a não ser traficantes de drogas, de pessoas e criminosos, querem muito!”.
Trump ameaçou na sexta-feira usar poderes de emergência para construir o muro sem a aprovação do Congresso. Tal medida quase certamente seria alvo de contestações na Justiça.
(Reportagem de Jan Wolfe)