Por Sam Edwards
BARCELONA (Reuters) – A polícia espanhola retirou à força separatistas catalães que bloqueavam estradas e prendeu 11 manifestantes durante protestos nesta sexta-feira, quando o governo da Espanha levou uma reunião de gabinete à capital da região, Barcelona, tanto em uma demonstração de poder central como em uma tentativa de negociação.
Defensores da secessão usaram pneus e entulhos para formar barricadas em estradas antes do amanhecer e encheram as ruas de Barcelona com milhares de manifestantes balançando bandeiras da Catalunha.
Alguns acenderam chamas e queimaram uma imagem do rei espanhol Felipe 6º, enquanto a polícia se chocava com jovens mascarados em cenas caóticas que, segundo serviços de emergência, deixaram 32 pessoas levemente feridas.
O manifestante Joan Toll lamentou a falta de progresso após um referendo ilegal e a autodeclaração de independência da Catalunha em 2017.
“Se você pensa sobre o que aconteceu no ano passado, nós não alcançamos nada. Nós só estamos sendo mais reprimidos”, disse Toll, um químico de 44 anos.
“Ninguém quer ver violência, mas as pessoas estão ficando cansadas.”
A decisão do primeiro-ministro Pedro Sánchez de reunir seu gabinete em Barcelona pela primeira vez desde o início da crise enfatizou a oposição de Madri à independência completa da próspera região de 7,5 milhões de habitantes.
Mas também pode ajudá-lo a garantir a sobrevivência de seu governo minoritário com o apoio de partidos pró-independência em troca de mais autonomia.
Seu partido socialista controla apenas um quarto dos assentos do Parlamento e precisará de todo apoio que conseguir para aprovar o orçamento do próximo ano, que será apresentado em janeiro.
Na quinta-feira, Sánchez se reuniu com o líder regional do governo pró-independência da Catalunha, Quim Torra. Os dois concordaram em manter um diálogo mais profundo apesar de suas “notáveis diferenças”.