Por Mitra Taj e Marco Aquino
LIMA (Reuters) – O governo do presidente do Peru, Martín Vizcarra, que teve sucesso na aprovação de propostas anticorrupção, está trabalhando em um objetivo menos popular: afrouxar as leis trabalhistas do país.
O ministro das Finanças, Carlos Oliva, disse à Reuters na quinta-feira que o governo trabalhará para aprovar leis trabalhistas menos rígidas na esperança de incentivar mais empregos formais e, ao mesmo tempo, reduzir os custos das empresas e reforçar a produtividade.
Conseguir aprová-lo não será uma tarefa pequena. Apesar de consecutivos governos pró-mercado, nenhum presidente peruano recente mexeu no tópico politicamente delicado das fortes proteções da nação para os trabalhadores formais.
Comentários de Vizcarra sobre algum tipo de reforma trabalhista já irritaram sindicatos de trabalhadores e provocaram a renúncia do ministro do Trabalho.
“Sabemos que é complicado. Sabemos que é difícil. Mas ao mesmo tempo sabemos que não podemos usar a abordagem ‘esconder a cabeça na areia’ dizendo ‘vamos deixar o próximo fazê-lo, é difícil demais'”, disse Oliva durante uma entrevista em seu gabinete.
Vizcarra era relativamente desconhecido quando tomou posse em março, depois de seu antecessor renunciar devido a um escândalo de corrupção. Mas seu índice de aprovação foi a mais de 60 por cento depois que ele propôs leis para acabar com a corrupção enraizada, um gesto que a grande maioria dos peruanos apoiou em um referendo neste mês.
Indagado se Vizcarra usará seu capital político para garantir a aprovação da reforma trabalhista, Oliva respondeu: “Vamos levá-la até o fim. Usaremos toda nossa força, todas nossas habilidades para conseguir as reformas que o país precisa”.