HAVANA (Reuters) – O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, disse que mais de 90 por cento dos médicos cubanos que trabalharam no Brasil voltaram ao país desde que Havana decidiu romper um acordo de cooperação devido às tensões com o novo governo do presidente eleito, Jair Bolsonaro.
Na quinta-feira a imprensa estatal noticiou um ato de homenagem aos médicos que participaram do programa “Mais Médicos” e regressaram do país comandado por Díaz-Canel.
Em novembro Cuba retirou seus médicos porque Bolsonaro questionou suas qualificações e disse que estavam realizando “trabalho escravo” por ficar com 75 por cento de seus salários.
“Vocês são um símbolo do país que os formou e dão mostras do tipo de homens e mulheres a que aspiramos na sociedade cubana”, disse Díaz-Canel.
O mandatário revelou que, dos 8.471 médicos que se encontravam no Brasil, 7.635 voltaram, “mais de 90 por cento”, e que 836 não retornaram a Cuba, segundo uma reportagem do site oficial Cubadebate (www.cubadebate.cu).
Cuba possui um serviço de saúde respeitado que proporciona uma renda em dólares importante à economia frágil da ilha, e já enviou mais de 50 mil especialistas de saúde para trabalharem em 67 nações, recebendo uma porção de seus salários.
Havana recebeu os médicos que deixaram o Brasil como heróis em meio a um ressurgimento da direita na região.
(Por Nelson Acosta)