SÃO PAULO (Reuters) – Os economistas que mais acertam as expectativas na pesquisa Focus passaram a ver a taxa básica de juros ainda mais baixa em 2019 depois que o Banco Central afastou a possibilidade de uma eventual alta dos juros à frente e indicou que vê um quadro mais benigno para a inflação.
O levantamento com uma centena de economistas mostrou que o Top-5 passou a ver a Selic a 7 por cento no final do próximo ano, de 7,25 por cento anteriormente, depois do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do ano. Para 2020, permanece a conta de que a taxa ficará a 8 por cento.
Na semana passada, o BC manteve a Selic no seu piso histórico de 6,5 por cento, reafirmando que a conjuntura econômica ainda prescreve política monetária estimulativa. Mas excluiu menção de que “esse estímulo começará a ser removido gradualmente caso o cenário prospectivo para a inflação no horizonte relevante para a política monetária e/ou seu balanço de riscos apresentem piora”.
Os economistas como um todo, entretanto, deixaram inalterado o cenário para a política monetária de acordo com a pesquisa divulgada nesta segunda-feira, vendo a Selic a 7,5 por cento em 2019 e a 8 por cento em 2020.
As pressões inflacionárias fracas no país permitem ao BC esperar mais tempo para elevar os juros. O Focus mostrou que os economistas veem que o IPCA terminará este ano com alta de 3,71 por cento e o próximo a 4,07 por cento, mantendo as projeções anteriores.
O centro da meta oficial de 2018 é de 4,50 por cento e, para 2019, de 4,25 por cento. A margem de tolerância para ambos os anos é de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
A perspectiva para o dólar no Focus este ano subiu, indo a 3,83 reais de 3,78 reais antes, mas para 2019 permaneceu em 3,80 reais.
Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), a expectativa continua sendo de um crescimento de 1,30 por cento este ano, mas a projeção para 2019 melhorou em 0,02 ponto percentual, a 2,55 por cento.