Por Anthony Esposito
TLAHUELILPAN, México (Reuters) – Uma explosão em um duto de gasolina no México, que matou pelo menos 79 pessoas, voltou a atenção para a estratégia do governo de impedir o roubo de combustível, e alguns parentes disseram que a escassez de produtos resultante do plano levou as pessoas a arriscarem suas vidas.
Ladrões de combustível perfuraram o duto Tula-Tuxpan a alguns quilômetros de uma das principais refinarias do México na sexta-feira. Mais de 800 pessoas se reuniram para encher recipientes de plástico, disseram as autoridades. Algumas horas depois, o duto explodiu.
O ministro da Saúde mexicano, Jorge Alcocer, disse neste domingo que o número de mortos no incidente subiu para 79 pessoas.
Meia dúzia de pessoas entrevistadas pela Reuters no sábado disseram que seus parentes foram ao vazamento no distrito de Tlahuelilpan, no Estado de Hidalgo, porque eles lutavam para encontrar combustível em outros lugares e estavam desesperados para encher carros para ir trabalhar ou operar suas fazendas.
“Muitas pessoas inocentes vieram para cá, talvez o carro delas não tenha gasolina suficiente para amanhã, e elas disseram que iriam pegar alguns litros”, disse o agricultor Isidoro Velasco, de 51 anos, que esperava notícias sobre seu sobrinho Mario Hidalgo, que ele acredita estar entre os mortos. Hidalgo completou 34 anos no sábado.
No final do mês passado, o presidente Andrés Manuel Lopez Obrador lançou um programa para fechar uma rede ilegal de distribuição de combustível que extrai cerca de 3 bilhões de dólares em combustível anualmente da empresa estatal de petróleo Pemex.
O plano, que envolve o fechamento de dutos comprometidos por gangues, levou à falta generalizada de gasolina no centro do México em janeiro, inclusive em Hidalgo, ao norte da Cidade do México.