Por Jeff Mason e Doina Chiacu
WASHINGTON (Reuters) – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta segunda-feira que nunca trabalhou com a Rússia, em sua primeira negativa direta depois de um relato da mídia de que o FBI investigou em 2017 se ele agiu contra interesses norte-americanos.
Trump também contestou uma reportagem do Washington Post de que ele escondeu detalhes sobre seus encontros com o presidente russo, Vladimir Putin, e confiscou as anotações de seu intérprete. Democratas do Congresso levantaram a possibilidade de intimar o tradutor a depor.
O New York Times publicou na sexta-feira que o FBI abriu a investigação depois de Trump demitir o diretor do FBI James Comey levantar preocupações de que o presidente representava uma ameaça à segurança nacional. Depois da publicação da matéria, Trump atacou o FBI e o Times, mas ele não emitiu uma negativa específica sobre trabalhar com a Rússia até esta segunda.
“Não somente eu nunca trabalhei para a Rússia, eu também acho uma desgraça que você sequer tenha feito esta pergunta, porque é um completo e gigantesco embuste”, disse Trump a jornalistas ao deixar a Casa Branca para uma viagem à Louisiana.
As relações de Trump com a Rússia e com Putin se tornaram nebulosas desde o início de seu governo e ele tem minimizado a investigação federal sobre se sua campanha à eleição à Presidência em 2016 trabalhou com a Rússia como um embuste e uma “caça às bruxas”.
As reportagens geraram preocupação entre parlamentares, tanto republicanos quanto democratas.
O presidente do Comitê Judiciário do Senado dos EUA, Lindsey Graham, um republicano, disse no domingo que planeja perguntar ao FBI sobre a reportagem, sugerindo que a agência foi longe demais.
Comey estava à frente de uma investigação da suposta interferência russa na eleição presidencial de 2016. A Rússia negou descobertas da inteligência dos EUA de que tentou favorecer a eleição de Trump, que tem repetidamente negado qualquer conluio entre sua campanha e Moscou.