Após algum suspense sobre como seria batizado o partido derivado da fusão entre o Democratas e o PSL, o União Brasil foi anunciado nesta quinta-feira (30), representado pelo número 44 nas urnas. O nome é um generalismo insípido com algo de premeditismo moderador bem ao gosto do Centrão, com quem o novo partido pretende concorrer como genérico no alinhamento governista. Luciano Bivar (PE) (à esquerda) e ACM Neto (à direita), respectivamente presidentes do PSL e do DEM, calculam bem o movimento.
A nova legenda lhes renderia até R$ 450 milhões do fundo partidário, caso consigam trasladar as bancadas intactas. Com tamanho combustível, poderiam financiar campanhas para ampliar a bancada legislativa e até eleger alguns governadores, de forma a mudar o equilíbrio de poder no Congresso. As legendas agora devem encaminhar o pedido de fusão ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Só que este CentrãodoB já começa algo desunido, com 30 desfiliações estimadas por ACM Neto (BA). Entre os que podem desembarcar, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que é abertamente cortejado pelo PSD. Sua saída seria um golpe. E se minguar demais suas fileiras nesse processo, o União Brasil em vez de remeter sua denominação à república federativa ou à antiga e conservadora União Democrática Nacional (UDN), poderá ser visto improvavelmente como algum clube de bairro.