Uma reportagem do jornal Folha de S. Paulo, publicada nesta segunda-feira (8), aponta que o Brasil não atingiu a meta para nenhuma das principais vacinas indicadas a crianças de até um ano pela primeira vez em quase duas décadas. A cobertura teve uma queda de até 27% para alguns imunizantes. O pior índice foi observado para a pentavalente (69%), que protege contra difteria, tétano e coqueluche. Entre os fatores para a piora do cenário, especialistas ouvidos pela publicação citaram a falsa sensação de segurança, mudança no mercado de trabalho, problemas na organização da rede e até o próprio sucesso do programa, com aumento no número de vacinas ofertadas, o que exige ir mais aos postos. A queda na cobertura acende o sinal de alerta no Ministério da Saúde, já que aumenta o risco de retorno de doenças eliminadas, como ocorreu com o sarampo recentemente. Além disso, no momento em que há uma pressão no Orçamento por causa dos efeitos da pandemia do novo coronavírus, a pasta pode ser obrigada a ampliar os gastos com tratamentos para os casos específicos. Uma campanha de multivacinação está sendo preparada para outubro na tentativa de retomar os índices. Caberá ao governo estimular a adesão para o país seguir sendo reconhecido globalmente pelo sucesso em seus programas de imunização.