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Vândalo do relógio não era infiltrado do MST

Circula pelo WhatsApp uma publicação afirmando que o homem que destruiu o relógio presenteado ao rei português Dom João VI, em 1808, seria integrante do Movimento Sem Terra (MST). O vandalismo ocorreu durante os atos golpistas 8/1, em Brasília, A imagem captada do circuito de TV mostra o criminoso quebrando a peça histórica e também outra de um homem com a camiseta do MST, sugerindo que se tratariam da mesma pessoa. 

A informação é falsa. Em nota, a assessoria de imprensa do movimento desmentiu que o invasor do Palácio do Planalto e o jovem seriam a mesma pessoa. Para comprovar a fraude, basta observar que ambos possuem características distintas, em especial o formato das sobrancelhas. 

O comunicado afirma que a pessoa associada ao criminoso é, de fato, um militante do MST do Paraná, estudante e morador de um acampamento, onde vive com a família. Ainda ressalta que sua identidade será preservada para evitar “um risco ainda maior à sua imagem”. E segue: “É uma montagem grosseira, que mostra, mais uma vez, a utilização da mentira como uma das principais armas da extrema-direita brasileira”.

Horário diferente

Mas não acaba por aí. Circula também que o relógio foi quebrado por um manifestante às 12h25. Uma publicação insinua que o artefato foi depredado por um infiltrado, já que as pessoas que participaram das manifestações golpistas só teriam entrado no Palácio do Planalto depois das 15h.

Entretanto, a Secretaria de Comunicação Social informou que o relógio Balthazar Martinot já não estava em funcionamento há pelo menos 10 anos. Por isso, a tese de que infiltrado teria depredado o artefato antes do Palácio do Planalto ser invadido não tem fundamento, já que é necessário desconsiderar o horário indicado no relógio.  

“Por essa razão, não há como levar em consideração o horário marcado por ele nas imagens internas do Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro. A Secom esclarece ainda que no segundo mandato do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi realizada a tentativa de manutenção do relógio, sem sucesso, por se tratar de um objeto histórico e de difícil reparação”, afirmou a Secom, em nota.

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