OMS decidiu por um nome menos estigmatizante
A Organização Mundial da Saúde (OMS) confirmou nesta segunda-feira (28) a mudança do nome da varíola dos macacos ou monkeypox, em inglês, para mpox. Desde junho, a organização discutia nomes menos estigmatizantes para a doença, que foi declarada uma emergência de saúde global em julho, e afetou, até agora, cerca de 75 mil pessoas no mundo todo, com 34 mortes. Em agosto, a OMS chegou a lançar uma consulta pública sobre um novo nome para a doença.
Segundo a OMS, a decisão foi tomada depois de uma série de deliberações com especialistas globais e ambos os nomes — varíola dos macacos e mpox — poderão ser utilizados durante o período de um ano, até as pessoas se acostumarem à nova nomenclatura.
“Quando o surto de varíola símia se expandiu, no início deste ano, linguagem racista e estigmatizante on-line em outros ambientes e em algumas comunidades foi observada e relatada à OMS. Em várias reuniões, públicas e privadas, vários indivíduos e países levantaram preocupações e pediram à OMS que propusesse uma maneira de mudar o nome”, afirmou a organização, em comunicado, para justificar a mudança do nome.
Para chegar ao novo nome, a organização ouviu diversos órgãos consultivos, com especialistas que representaram autoridades de 45 países diferentes. “As considerações para as recomendações incluíram justificativa, adequação científica, extensão do uso atual, pronúncia, usabilidade em diferentes idiomas, ausência de referências geográficas ou zoológicas e facilidade de recuperação de informações científicas históricas”, diz a entidade.
De acordo com a OMS, a doença não tem macacos como hospedeiros. Porém, em 1958, quando o vírus foi isolado pela primeira vez, cientistas dinamarqueses utilizaram um macaco cinomolgo, espécie natural da Ásia, o que acabou inspirando o nome monkeypox, na tradução direta, varíola dos macacos. Os principais animais que carregam o vírus são roedores, informou a OMS.
Quando tratada precocemente, a mpox tem cura.