Desinformação não será permitida, informou plataforma sobre conteúdo de 2021 que ainda está no Facebook. Oposição vê crimes
A plataforma de vídeos YouTube informou nesta terça-feira (19) ter removido uma live do presidente Jair Bolsonaro (PL), na qual ele dissemina notícias falsas e conspiratórias sobre as urnas eletrônicas. Postado em 29 de julho de 2021, o conteúdo foi sucessivas e comprovadas vezes desmentido por órgãos oficiais. O teve o link removido por “violar as Regras da Comunidade do YouTube”. A transmissão ainda está no ar no perfil do presidente no Facebook, sob o título “Live da Semana – Presidente Jair Bolsonaro | 29/07/2021“, onde ganhou 1,2 milhão de visualizações
A decisão do YouTube veio no mesmo dia em que o presidente pré-candidato à reeleição fez uma apresentação para embaixadores estrangeiros no qual voltou a atacar o sistema eleitoral brasileiro. A iniciativa causou constrangimento entre os diplomatas, que não aplaudiram o chefe do executivo brasileiro ao final. Hoje, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rebate ponto a ponto as afirmações do presidente.
Ao G1, o Youtube enviou a seguinte nota: “Desde março de 2022, removemos conteúdo com alegações falsas de que as urnas eletrônicas brasileiras foram hackeadas na eleição presidencial de 2018 e de que os votos foram adulterados. Esse é um dos exemplos do que não permitimos de acordo com nossa política contra desinformação em eleições”.
Investigação
Deputados de oposição pediram nesta terça-feira (19) ao Supremo Tribunal Federal (STF) que autorize uma investigação contra o presidente, que teria cometido crimes ao atacar sem provas instituições e próprio sistema político que o elegeu sucessivas vezes. Bolsonaro também teria cometido crime de abuso de poder ao usar de suas atribuições para convocar representantes estrangeiros, usar uma transmissão da rede estatal e as instalações do Palácio da Alvorada, a residência oficial da Presidência, para disseminar hipóteses já descartadas que só o beneficiariam em uma corrida eleitoral que está prestes a começar, o que também configuraria crime eleitoral.
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