SÃO PAULO (Reuters) – O pré-candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, anunciou nesta quinta-feira os economistas Edmar Bacha, José Roberto Mendonça de Barros e Alexandre Mendonça de Barros para auxiliá-lo na área econômica de seu programa de governo e prometeu, se eleito, zerar o déficit fiscal do país em até dois anos.
Em entrevista ao lado dos novos integrantes de sua equipe de pré-campanha, que trabalharão sob a liderança do economista Pérsio Arida e do cientista político Luiz Felipe D’Ávila –responsáveis pela coordenação do programa de governo–, Alckmin também reiterou a meta de dobrar a renda dos brasileiros –embora Arida tenha reconhecido ser impossível fazer isso em apenas um ou dois mandatos– e defendeu a abertura econômica do país.
“Ninguém faz nada sozinho. É preciso ter time, não adianta ter só um craque”, disse Alckmin ao anunciar os nomes.
Bacha participou da elaboração do Plano Real no governo Itamar Franco, enquanto José Roberto foi da equipe econômica do governo Fernando Henrique e Alexandre Mendonça de Barros é consultor e engenheiro agrônomo.
O tucano disse que, enquanto José Roberto e Alexandre trabalharão na área agrícola, Bacha focará em propostas de abertura econômica.
Ele apontou como questão fundamental para a retomada do crescimento o reequilíbrio das contas de governo e assegurou que, um eventual governo seu, irá zerar o déficit primário em, no máximo, dois anos.
Nos 12 meses até março, o rombo fiscal totalizou 108,389 bilhões de reais. A meta fiscal para este ano é de um déficit primário de 161,3 bilhões de reais, que deverá marcar o quinto resultado seguido no vermelho do país.
“Dois anos para zerar o déficit. Cravado”, disse Alckmin. “Acho dois até muito, viu? Pode ter certeza que vai zerar, e vai zerar mais rápido do que vocês imaginam.”
Arida afirmou que esta meta poderá ser atingida combinando um crescimento econômico maior, revisão de isenções dadas pelo governo e cortes de gastos.
“O Brasil tem um patamar de isenções tributárias inaceitável, fora até do padrão histórico”, avaliou o economista.
“Corte de gastos, qualquer um que tenha tido experiência em setor público, qualquer que seja a ideologia ou matiz, se tiver um mínimo de bom senso, mais ainda se tiver vindo do setor privado, vai dizer o seguinte: a ineficiência salta aos olhos… O que tem para diminuir de gasto público, por uma gestão eficiente, sem perda de qualidade na prestação de serviço, é muito mais do que todo mundo imagina.”
Arida também afirmou que um eventual governo Alckmin terá como meta elevar em 50 por cento tanto as importações quanto as exportações do país, num esforço de abrir a economia brasileira para o mundo.
O anúncio do reforço à equipe econômica da pré-campanha de Alckmin deve ser seguido de novas adições ao grupo de conselheiros e formuladores de políticas do tucano, tanto na área econômica como em setores como segurança e educação.
(Reportagem de Eduardo Simões)