RIO DE JANEIRO (Reuters) – O Brasil caiu 17 posições no Índice de Percepção da Corrupção (IPC) em 2017 e está na pior situação em cinco anos, em um alerta para a falta de resposta às causas estruturais da corrupção no país após a deflagração da operação Lava Jato, afirmou a ONG Transparência Internacional nesta quarta-feira.
No ranking de 2017, o Brasil passou a ocupar a posição número 96 entre 180 países e territórios, ante a colocação número 79 na pesquisa anterior, ficando atrás de países como Timor Leste, Sri Lanka, Burkina Faso, Ruanda e Arábia Saudita.
O índice brasileiro caiu 3 pontos, de 40 para 37, em uma escala em que 0 significa alta percepção de corrupção e 100 elevada percepção de integridade. De maneira geral, a Transparência Internacional considera que qualquer nota menor do que 50 no IPC indica que o país não está conseguindo lidar com a corrupção.
“A piora no ranking se deve à percepção de que os fatores estruturais da corrupção nacional seguem inabalados, tendo em vista que o Brasil não foi capaz de fazer avançar medidas para atacar de maneira sistêmica este problema”, disse a organização, em comunicado.
Segundo a Transparência Internacional, o combate à corrupção por meio de ações como a operação Lava Jato normalmente se traduz em um primeiro momento no agravamento da percepção de corrupção, pois traz o problema à luz, mas a permanência nesse enfrentamento normalmente se traduz numa reversão da queda, pois a população começa a perceber maior controle da corrupção.
No caso do Brasil, no entanto, o resultado negativo deste ano “acende o alerta de que a luta da sociedade brasileira contra a corrupção pode, de fato, estar em risco”, afirmou a organização.
De acordo com o ranking da Transparência Internacional, a Nova Zelândia é o país com a menor percepção de corrupção do mundo, com 89 pontos, enquanto a Somália ocupa a última colocação dos 180 no ranking, com apenas 9 pontos.
(Por Maria Clara Pestre)